Foi batizada de Earendel, que em inglês antigo quer dizer “estrela da manhã”, e é a mais recente descoberta do “sénior” Hubble: uma estrela pertencente à primeira geração de astros que surgiram logo após a criação do Universo.
Earendel terá existido nos primeiros mil milhões de anos após o Big Bang e está tão distante que a sua luz levou 12,9 mil milhões de anos para chegar à Terra, referem ESA e NASA numa nota conjunta, classificando o feito do telescópio Hubble como “histórico” e “sem precedentes”.
Até agora o recorde de estrela individual mais distante do Universo pertencia a Ícaro - que Hubble também descobriu - cuja luz tardou nove mil milhões de anos a alcançar a Terra e que é assim destronada pelos quase 13 mil milhões de anos de Earendel.
A equipa de investigadores estima que Earendel tenha pelo menos 50 vezes a massa do nosso Sol e milhões de vezes o seu brilho, rivalizando com as estrelas mais massivas conhecidas.
Mas mesmo uma estrela tão brilhante e de grande massa seria impossível de ver a uma distância tão grande sem a ajuda da ampliação natural de um enorme aglomerado de galáxias, neste caso conhecido como WHL0137-08, entre a Terra e Earendel. A massa do aglomerado de galáxias distorce o tecido do espaço, criando uma poderosa lupa natural que distorce e amplifica muito a luz de objetos distantes atrás dela.
“Earendel existiu há tanto tempo que pode não ter as mesmas matérias-primas que as estrelas ao nosso redor hoje”, explicou Brian Welch, autor principal do estudo, publicado na Nature.
Os autores pensam que é possível que a estrela distante, por ter sido criado numa fase tão primitiva do cosmos, fosse composta apenas por elementos leves, já que naquela época os metais ainda não tinham sido formados.
“Estudar Earendel será uma janela para uma era do Universo com a qual não estamos familiarizados, mas que levou a tudo o que sabemos”, considera o investigador.
Veja algumas das melhores imagens já registadas pelo Hubble
Os astrónomos esperam que Earendel permaneça altamente ampliada nos próximos anos e que o Telescópio Espacial James Webb, sucessor do Hubble, lançado no último Natal e que neste momento já tem instrumentos alinhados, possa entretanto ajudar a descobrir a sua composição.
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