No final de uma longa viagem, o melhor seria aproveitar para descansar um pouco, especialmente se tiver sido uma jornada de sete anos e 6,4 mil milhões de quilómetros para trazer à Terra amostras do asteroide Bennu. Mas a OSIRIS-REx, a missão da NASA que realizou este feito em setembro, já está a caminho para explorar um novo destino - e com um novo nome.

Depois de considerar vários destinos - incluindo Vénus -, a agência espacial norte-americana optou por enviar a entretanto renomeada OSIRIS-APEX em direção a Apophis, conhecido como “Deus do Caos, um asteroide “tipo S” feito de materiais de silicato e ferro-níquel - um pouco diferente do Bennu “tipo-C”, rico em carbono.

Amostras de asteroide ancestral Bennu já chegaram à Terra e estão a ser analisadas pelos cientistas
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Espera-se que o asteroide passe pela Terra a 13 de abril de 2029, a cerca de 32.000 quilómetros, o que é mais perto do que alguns satélites feitos pelo homem. Essa proximidade é notável, pois permite a observação detalhada do asteroide, que mede aproximadamente 370 metros de diâmetro. Um encontro tão próximo com a Terra de um corpo celeste com tal dimensão só aconteça uma vez a cada 7.500 anos.

Um dos focos chave da OSIRIS-APEX será estudar os efeitos da gravidade da Terra no Apophis à medida que o asteroide se aproxima. Os cientistas estão particularmente interessados em observar como a superfície do corpo muda com a interação gravitacional. A missão pretende obter insights sobre como as forças de maré e a acumulação de materiais, considerados processos fundamentais, podem contribuir para a formação dos planetas.

A OSIRIS-APEX acontece após o regresso da OSIRIS-REx à Terra, a 24 de setembro, completando uma jornada de sete anos que envolveu a recolha de amostras do asteroide Bennu.

Veja as imagens da chegada 

Embora seja necessário mais trabalho para compreender a natureza dos compostos de carbono encontrados, as descobertas iniciais são um bom sinal para análises futuras da amostra do asteroide.

Os segredos guardados nas rochas e poeira de Bennu vão ser estudados durante as próximas décadas, em laboratórios de vários países, num esforço conjunto para obter insights sobre como o nosso sistema solar foi formado e como os materiais precursores da vida chegaram à Terra.