Uma equipa de investigadores da Universidade de Binghamton, em Nova Iorque, transformou um robot ao estilo do Spot da Boston Dynamics num cão-guia concebido para ajudar pessoas com dificuldades ou deficiências visuais.

Em comunicado, Shiqi Zhang, investigador da Universidade de Binghamton, explica que a equipa ficou surpreendida quando chegou à conclusão que poucas pessoas com dificuldades ou deficiências visuais têm a possibilidade de ter um cão-guia que as acompanhe. 

“Analisámos as estatísticas e apenas 2% das pessoas têm essa possibilidade”, afirma o investigador. Nos Estados Unidos, ter um cão-guia custa, em média, 50.000 dólares, além de dois a três anos de treino. Além disso, apenas 50% dos cães treinados para esta função acabam por tornar-se mesmo guias.

A equipa defende que um cão-robot guia como aquele que desenvolveu poderia aumentar a acessibilidade. Os investigadores conseguiram criar uma interface, baseada no puxar da trela, que é utilizada para treinar o sistema do robot. 

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Shiqi Zhang detalha que, num período de treino de 10 horas, foi possível dar ao robot a capacidade de se navegar em espaços interiores, evitar obstáculos e guiar pessoas ao mesmo tempo que deteta quando o utilizador puxa a trela.

As demonstrações realizadas aparentam ser promissoras, mas a equipa realça que é necessário mais trabalho de investigação e desenvolvimento antes que a tecnologia esteja pronta para avançar para o “mundo real”.

Os próximos passos envolvem também o desenvolvimento de uma interface de linguagem, de modo a que os futuros donos possam falar com o robot quando necessitam de ajuda, além de algumas capacidades de decisão, para situações em que as instruções dadas pelos utilizadores possam ser potencialmente perigosas.

Os investigadores vão apresentar os resultados finais da sua investigação em ainda em novembro, durante a edição de 2023 da Conference on Robot Learning, nos Estados Unidos.