No final de julho, o satélite Aeolus cumpriu a sua última missão, com uma morte “ardente”, mas controlada, depois de cinco anos a orbitar a Terra para recolher dados com o objetivo de ajudar os cientistas a melhorar as previsões meteorológicas. Agora, a agência espacial europeia (ESA) mostra as imagens dos últimos momentos do satélite.

A ESA explica que, à medida que o Aeolus reentrava na atmosfera terrestre, o radar TIRA (Tracking and Imaging Radar), da Fraunhofer FHR, na Alemanha, detetou o satélite, monitorizando depois o seu percurso. A animação partilhada pela agência é composta pelas últimas oito imagens captadas do Aeolus, que mostram o satélite a rodar na atmosfera ainda antes de arder.

ESA mostra os momentos finais do satélite Aeolus antes da morte ardente na atmosfera terrestre ESA mostra os momentos finais do satélite Aeolus antes da morte ardente na atmosfera terrestre
créditos: ESA

Recorde-se que o Aeolus reentrou na atmosfera terrestre no dia 28 de julho, pelas 19h40 (hora de Lisboa). Neste processo, e durante cerca de dois minutos, o satélite tornou-se numa bola de fogo. A maior parte ardeu, mas acredita-se que os fragmentos que restaram caíram sobre a Antártida seis minutos depois da entrada na atmosfera.

Onde caíram os fragmentos do satélite Aeolus?
créditos: ESA

Na altura a ESA já tinha realçado que através das manobras assistidas, que permitiram escolher a melhor órbita de reentrada, o risco da queda de fragmentos perto de zonas habitadas, que já era baixo, foi reduzido em 150 vezes.

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Nas palavras de Benjamin Bastida Virgili, especialista da ESA, os operadores das missões espaciais estão habituados a estarem em diálogo entre si, “mas o lixo espacial não fala”. De acordo com o especialista, as observações finais permitiram confirmar que o Aeolus reentrou como esperado.

“Com o Aeolus, num exemplo notável de uma operação espacial sustentável e responsável, conseguimos acompanhar a missão durante o máximo de tempo possível, guiando o seu regresso tanto quanto pudemos”, realça Benjamin Bastida Virgili.