Inteligência Artificial da Microsoft vai ser colocada ao serviço da luta contra alterações climáticas

A Microsoft reforçou também a sua parceria com a Planet Labs para a recolha de imagens de satélite de alta qualidade do continente africano e lançou o Global Renewables Watch, que se afirma como um atlas capaz de mapear e medir todas as instalações solares e eólicas em escala real na Terra.

Em 2020, a responsabilidade social e a sustentabilidade ambiental serão uma prioridade para as empresas, defende a Equinix apontando resultados de um seu estudo em que 42% dos decisores da área de TI participantes concordaram que a natureza “verde” dos fornecedores afeta diretamente as suas decisões de compra. A Equinix acredita que, com a crescente pressão sobre os recursos globais e o crescente desejo de muitas empresas de reduzir as suas emissões, a transformação digital poderá começar a colocar a economia mundial numa base progressivamente sustentável. Em declarações para a iniciativa 20by20, da Bright Pixel, Joana Pina Pereira, da Worten, refere que “2020 será sobre sustentabilidade das empresas - desta vez, não como uma moda, mas uma necessidade irrefutável de sobrevivência numa era de gigantes mundiais em tecnologia de retalho. Será imperativo combinar (e às vezes substituir) a ambição de crescimento com modelos de rentabilidade “karma-friendly”, que permitam às empresas prosperar como campeões locais e globais”.

A Microsoft quer democratizar o acesso a dados para ajudar na luta contra as alterações climáticas e anuncia novas parcerias e projetos, incluindo uma expansão do seu Laboratório de Investigação AI for Good para o Egipto e Quénia.

A novidade, anunciada no contexto da 27.ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP27), vai permitir reunir “uma equipa de cientistas de dados em África que irá trabalhar para melhorar a resiliência climática”, explica Juan Lavista Ferres, Chief Data Scientist do programa AI for Good da Microsoft citado em comunicado.

A gigante tecnológica reforçou também a sua parceria com a Planet Labs para a recolha de imagens de satélite de alta qualidade do continente africano que, em combinação com a tecnologia de IA da Microsoft, podem acelerar o desenvolvimento de soluções que permitam mitigar os efeitos das alterações climáticas.

De acordo com dados partilhados pela Microsoft, as alterações climáticas afetam os países de formas diferentes, com as regiões com níveis de desenvolvimento económico e industrial mais baixos, descritas como o Sul Global, a serem mais significativamente impactadas.

Estes países têm sido desproporcionalmente afetados por eventos climáticos extremos, entre secas, inundações, tempestades e ondas de calor, que agravam outros problemas, como a insegurança alimentar e a pobreza. Estima-se que, entre 2008 e 2018, 2,2 mil milhões de pessoas no hemisfério sul estavam em alto risco climático.

Já estudos elaborados pela tecnológica indicam que existem cinco cientistas de dados no Norte Global para cada um no Sul Global. Há uma lacuna na capacidade dos países do Sul Global de tomarem decisões orientadas por dados e de as transformarem em ações eficazes, afirma a Microsoft.

Para promover projetos que melhorem a resistência climática no continente africano a Microsoft criou o AI Innovation Council, composto por representantes de organizações africanas, de diferentes setores, para identificar os desafios e oportunidades para melhorar a resiliência climática através de dados e IA.

O AI for Good quer impulsionar projetos em todo o Sul Global e, através do laboratório de IA e IoT, fruto de uma parceria com o Governo do Uruguai, será possível apoiar empresas em fase inicial na região.

A Microsoft realça que o acesso a dados é fundamental para cumprir os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, motivo pelo qual lançou o Global Renewables Watch, que se afirma como um atlas capaz de mapear e medir todas as instalações solares e eólicas em escala real na Terra, recorrendo a IA e imagens de satélite.