Nota de redação: O lançamento da missão Artemis I voltou a ser adiado devido a problemas com uma fuga de combustível no foguetão SLS.
Depois de uma tentativa falhada devido a problemas técnicos, a NASA marcou o lançamento da missão Artemis I para hoje, dia 3 de setembro.
Se tudo correr como planeado, a janela de oportunidade de lançamento do foguetão abre às 19h17 de Lisboa, 14h17 na Flórida, no Cabo Canaveral, onde se encontra o foguetão SLS (Space Launch System), na plataforma 39B, com a cápsula Orion a bordo.
O momento pode ser acompanhado através de uma transmissão ao vivo, que terá início às 17h15 (hora de Lisboa), no canal de YouTube da NASA, também disponível através do website e aplicação da agência espacial.
Citando dados dos meteorologistas da base Delta 45 da Força Espacial dos Estados Unidos, a NASA indica que há uma hipótese de 60% de condições meteorológicas favoráveis, que poderão vir a melhorar ao longo do dia.
A equipa de gestão da missão Artemis I esteve reunida a 1 de setembro para avaliar o estado de operações, dando “luz verde” ao lançamento. Os engenheiros da agência trabalharam afincadamente para resolver os problemas que ditaram o adiamento do lançamento, atualizando os procedimentos necessários para assegurar que tudo corre nos conformes.
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Recorde-se que, na primeira tentativa, a 29 de agosto, os engenheiros começaram por detetar uma fuga de hidrogénio, que levou à paragem da contagem decrescente. Com a questão resolvida, outro problema foi encontrado, desta vez no terceiro dos motores do SLS.
Uma fuga de combustível impedia que o motor atingisse a temperatura correta para dar início ao processo de ignição. Além disso, foi também detetada uma fissura no material de proteção térmica de um dos componentes do estágio principal do foguetão.
Depois de um compasso de espera,Charlie Blackwell-Thompson, diretora de lançamento, avançou que não seria possível continuar. "Não lançamos [a Artemis I] enquanto não estiver tudo certo", afirmou Bill Nelson, administrador da NASA, depois da confirmação de que não existiam condições para o lançamento.
A NASA garantiu que o foguetão SLS e a nave Orion não corriam riscos e que estavam numa configuração estável, aguardando as próximas janelas de lançamento, que, na altura, estavam definidas para 2 e 5 de setembro.
O primeiro passo em vista ao regresso à Lua
A Artemis I é uma missão não tripulada e pretende testar os sistemas tecnológicos do programa. Em vez de astronautas, a cápsula Orion vai transportar três manequins de teste. O que está na posição de comandante foi batizado como Moonikin “Campos” e conta com sensores para medir os efeitos da aceleração e vibração.
Os outros dois manequins, duas "mulheres", são feitos de materiais que imitam os ossos ou órgãos humanos. Um destes dois manequins vai vestido com um fato antirradiação e haverá instrumentos para medir as taxas de radiação recebidas a bordo.
O kit oficial de voo tem ainda uma série de elementos, e dois passageiros especiais, escolhidos para acompanhar a missão, os peluches da Ovelha Choné, que é uma mascote da ESA, e do Snoopy de Charles M. Schulz, que vai servir de sinal de orientação para teste de microgravidade.
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Há ainda uma réplica 3D da deusa grega Artemis, sementes e uma pedra do Mar Morto, entre mais de 180 elementos fornecidos por várias agências espaciais e escolhidos em concursos que envolveram alunos e outras organizações.
Vão ser ainda transportados dez pequenos satélites científicos, que serão lançados no Espaço para estudar os efeitos da radiação, um asteroide ou a superfície gelada da Lua.
A missão de órbita lunar tem uma duração de seis semanas, onde serão recolhidos dados fulcrais. Durante este período a Cápsula Orion vai orbitar a Lua a cerca de 100 quilómetros acima da superfície e depois usará a força gravitacional do satélite natural para fazer uma nova órbita, mais profunda, a cerca de 70 mil quilómetros.
Depois da missão Artemis I, a NASA espera em 2024 levar astronautas para a órbita da Lua, na missão Artemis II, em 2024, e para a sua superfície, na Artemis III, no final de 2025, com a primeira mulher e a primeira pessoa de cor a pisarem o satélite natural da Terra.
A partida para as futuras missões lunares será feita de uma estação espacial a instalar na órbita da Lua, a Gateway. Com o programa Artemis, a NASA espera “estabelecer missões sustentáveis” na Lua a partir de 2028, com o intuito de enviar futuramente astronautas para Marte.
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