À medida que a procura por transplantes de órgãos se torna cada vez maior, a impressão em 3D poderá afirmar-se como uma forma de mitigar a crise que o setor enfrenta. Há vários projetos de investigação, mas também empresas, que ambicionam fazer progressos nesta área e a Vital 3D, vinda da Lituânia, é uma delas, sobretudo no que toca a transplantes de rins.

De acordo com dados do Global Observatory of Donation and Transplantation, citados pela empresa, em 2021 foram registados 144.301 transplantes de órgãos, numa subida de 11,3% face a 2020.

Deste conjunto, cerca de dois terços eram transplantes de rins. Só nos Estados Unidos, quase 90.000 pessoas esperam todos os anos numa longa lista de espera para um transplante. Apenas 25.000 acabam por receber um, com 17 pessoas a sucumbirem às consequências dos longos tempos de espera a cada dia.

Para a Vital 3D, os órgãos impressos em 3D podem ser a resposta para o problema, embora reconheça que as técnicas atualmente utilizadas também têm os seus desafios. Foi por esse motivo que desenvolveu uma técnica, chamada FemtoBrush, que, na sua visão, permite colmatar esses desafios.

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Em comunicado, a empresa explica que, além da necessidade de equipamento altamente especializado, o processo de impressão 3D de órgãos requer um alto nível de precisão, de modo a reproduzir as complexas estruturas internas. A velocidade da impressão é outro dos desafios e encontrar um equilíbrio entre rapidez e precisão é uma tarefa complicada.

A tecnologia desenvolvida pela empresa , cuja patente aguarda por aprovação, recorre a um modulador de luz espacial para alterar dinamicamente a forma de um feixe de laser. Segundo Vidmantas Šakalys, CEO da Vital 3D citado em comunicado, a tecnologia poderá permitir a impressão de rins em 3D, em particular, da sua rede vascular, num período de 24 horas.

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Recorde-se que a impressão 3D é uma área que tem vindo a ganhar relevância nos últimos anos. Segundo dados do Instituto Europeu de Patentes (IEP), os pedidos de patentes globais em tecnologias de impressão 3D cresceram a uma taxa média anual de 26,3% entre 2013 e 2020. 

Embora os Estados Unidos ocupem uma posição de liderança, a Europa também se destaca. Olhando para Portugal em específico, os pedidos de patentes em impressão 3D estão muitas vezes ligados ao sector da medicina e da saúde, com foco na área dos implantes e próteses e aos órgãos e tecidos artificiais.

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