Qual é a verdadeira extensão da crosta terrestre e que materiais a compõem? A pergunta tem vindo a intrigar investigadores como James O'Donoghue, um cientista planetário da Agência Espacial Japonesa. Em colaboração com Christine Houser, geofísica e sismóloga do Earth-Life Science Institute no Japão, o investigador criou uma animação que desvenda os mistérios da composição da camada visível da Terra.

O vídeo explica que a crosta terrestre representa apenas 0,5% de toda a massa do nosso planeta. Embora apresente uma profundidade de aproximadamente 50 quilómetros em algumas partes da Terra, a profundidade da crosta atinge apenas 5 quilómetros nas zonas mais fundas do oceano.

Tendo por base vários estudos realizados, os cientistas indicam que cerca de 57,8% da camada visível da Terra é composta por sílica, o mesmo elemento que compõe a areia. Além da água, que perfaz 4,8% da sua composição, a crosta é também composta por diferentes tipos de óxidos, incluindo cálcio, ferro e magnésio.

Curiosamente, as temperaturas do manto terrestre não são suficientemente altas para fazer com que apresente um brilho vermelho. Os cientistas que criaram o vídeo chegaram à possível conclusão de que, na verdade, a camada tem uma cor verde característica.

Para lá da Terra, os cientistas do United States Geological Survey (USGS), da NASA e do Lunar Planetary Institute apresentaram no final de abril o primeiro mapa geológico completo da Lua. Numa escala de 1:5.000.000, o mapa dá a conhecer os tipos de rochas presentes no "vizinho cósmico" mais próximo do nosso planeta.

Já pode consultar o primeiro mapa geológico completo da Lua construído em parceria com a NASA
Já pode consultar o primeiro mapa geológico completo da Lua construído em parceria com a NASA
Ver artigo

Os especialistas usaram informações de seis mapas regionais da era Apollo, além de informações atualizadas de recentes missões de satélite à Lua. Os mapas antigos foram redesenhados de forma a alinhá-los com o conjunto de dados modernos, preservando observações e interpretações anteriores.

Com a fusão de dados novos e antigos, os investigadores desenvolveram também uma descrição da estratigrafia da Lua, o ramo da geologia que estuda os estratos ou camadas de rochas. Assim, foi possível resolver problemas de mapas anteriores, onde nomes de rochas, descrições e idades eram, por vezes, inconsistentes.