O Espaço vai ficando mais próximo à medida que há mais segredos desvendados, e em 2016 houve uns tantos. Tal como noutros temas marcantes, como a condução autónoma ou a realidade virtual, já tratados no resumo que o Tek está a fazer, notícias não faltaram no que à “política extraterrestre” diz respeito, e muitas delas surpreendentes, como só este sector é capaz de proporcionar.
Depois das alfaces, o ano começou com a notícia de que também há flores a bordo da Estação Espacial Internacional, mais precisamente zínias. As primeiras da história plantadas e criadas no espaço.
Pelo lado menos positivo, 2016 ficou marcado pelo fim trágico do apaixonante “namoro” de longo prazo da sonda Rosetta com um asteroide. Passavam cerca de 40 minutos do meio-dia do dia 30 de setembro quando o gráfico de atividade da Rosetta, mostrado nos ecrãs da central de comando da ESA parou. Era o derradeiro sinal de que a sonda espacial tinha chegado ao seu destino final, o cometa 67P, e adormecido para sempre. A Reuters registou o momento.
Para a história ficam 12 anos com muita ciência para contar. Mas a Rosetta não foi o único revés para a ESA. As coisas também não correram bem com a Schiaparelli. A cápsula espacial destinada a Marte separou-se da sonda-mãe principal no dia 16 de outubro e devia ter pousado em solo marciano quatro dias depois.
Depois de pousar, a intenção era que pudesse usar os instrumentos "meteorológicos" de que ia munida para medir elementos como a velocidade e a direção do vento, a humidade, a pressão, a temperatura e também os campos elétricos da atmosfera marciana.
De qualquer forma, este acabou por ser apenas um percalço, já que a outra parte da missão, que compreendia pôr a sonda-mãe, TGO, em órbita, foi conseguida com sucesso total. A ExoMars procede e ainda vai ter muitas histórias para contar.
Paralelamente, outras missões espaciais começaram “à seria” e continuam lá longe a cumprirem os seus objetivos. É o caso da Juno que anda a ajudar a revelar os segredos do Universo, mais especificamente sobre Júpiter.
Depois de cinco anos de viagem, a sonda encontrou-se com o gigante gasoso no início de julho e passado poucos dias enviava a primeira foto. No mês seguinte completava o seu primeiro voo rasante sobre o maior planeta do Sistema Solar, na primeira de 36 viagens orbitais de grande proximidade fará até 2018.
Embora esteja a cumprir condignamente os seus objetivos, já pregou uns sustos à sua equipa, principalmente quando decidiu tirar uma sesta enquanto estava “de serviço”.
A New Horizons foi outra das sondas que continuou “perdida” no Espaço, salvo seja. A missão foi lançada em 2006 com a intenção de estudar Plutão e as suas luas. Em julho de 2015 atingiu o auge, quando a sonda se aproximou do planeta e recolheu as imagens mais detalhadas alguma vez capturadas. A informação recolhida nessa altura vinha chegando à Terra aos poucos e só ficou concluída em outubro.
Relativamente às fotos, em dezembro de 2015 a NASA mostrou imagens de Plutão recolhidas no momento antes da aproximação máxima da sonda ao planeta, recebidas em setembro, que classificou como as melhores obtidas até à altura. Em janeiro deste ano mostrava fotos recebidas a 24 de dezembro de 2015.
Destes e doutros instrumentos que “pairam no ar” (ou olham para ele), resultaram inúmeras e importantes descobertas. Por exemplo que existe mesmo um planeta que pode ser uma “segunda Terra”. A temperatura registada neste astro rochoso permite a existência de água líquida, uma condição essencial à vida como hoje se conhece.
Ficámos também a saber, pelos cálculos do conceituado físico teórico Stephen Hawking, que a Humanidade só tem mais 1.000 anos na Terra, e que por isso é preciso encontrar um novo planeta rapidamente.
Daí a esperança depositada em Marte, que em 2016 saiu bastante reforçada. As descobertas e estratégias relacionadas com o Planeta Vermelho merecem um capítulo especial.
A NASA deu mais um pequeno passo nessa direção ao testar com sucesso um novo propulsor para o Space Launch System (SLS), o foguetão mais poderoso alguma vez construído. Este foi o segundo teste realizado e o último deste elemento antes de acontecer o primeiro teste de voo do SLS com a nave Orion da Nasa destinada a rumar ao Planeta Vermelho, previsto para o final de 2018.
Entretanto em agosto uma equipa de seis astronautas terminou a sua missão simulada numa cúpula, que imitava as “condições de vida” marcianas, em Mauna Loa, Havai.
É verdade que as missões tripuladas a Marte – a outros “locais espaciais” – ainda estão a vários anos de distância, mas Elon Musk não tem descurado o trabalho para as tornar realidade. E deu vários passos nesse sentido ao longo de 2016, como por exemplo os testes aos propulsores Raptor, responsáveis por darem o impulso inicial às missões.
Entretanto, foi apresentada uma proposta de primeira casa marciana, uma habitação que mostrava as possíveis condições de vida humana caso alguma vez esta se chegue a fixar no planeta vermelho.
Em 2016 os foguetões reutilizáveis continuaram a marcar a atualidade, com uns a nunca chegarem a saber o que isso é, ou porque não estão destinados a regressar ao Espaço ou porque, digamos, deixaram simplesmente “de ser” – mais precisamente explodiram no regresso ou mesmo sem nunca terem abandonado a plataforma de lançamento.
Engraçado foi ver a reação de Elon Musk, “patrão” da SpaceX, em êxtase na primeira vez em que a empresa conseguiu aterrar um foguetão com sucesso, num vídeo divulgado recentemente.
No meio disto tudo, chegava à Estação Espacial Internacional um módulo insuflável que promete revolucionar o sector. A tecnologia seguiu viagem em abril e em maio estava pronta a ser usada. De momento está bem e recomenda-se, garante a NASA.
Dos Estados Unidos veio a aprovação da exploração de viagens espaciais por empresas privadas, abrindo as portas para que projetos como a SpaceX e a Moon Express ponham em curso as suas ideias (por enquanto) futuristas.
No mesmo contexto, 2016 foi igualmente um ano que trouxe novos – ou revisitados – protagonistas, ou pelo menos “aspirantes a”. Foi o caso da China e da India.
De tudo o que se passou destacamos ainda um outro momento marcante: o regresso à Terra de Scott Kelly, considerado o astronauta mais social de sempre, por ter iniciado todo um ritual de partilha do dia-a-dia de quem vive lá no alto, no Twitter e no Instagram, imagens da vista privilegiada a que tinha acesso incluídas. Um hábito continuado logo de seguida por Tim Peak, que entretanto também já está na Terra.
Além de partilhar fotos, da missão de Scott Kelly ficou a saber-se que quem vai ao Espaço pode regressar mais alto e mais novo.
Durante os 340 dias que passou a bordo da Estação Espacial Europeia Scott Kelly terá crescido duas polegadas, o equivalente a 5,08 centímetros. Isto porque na ausência de gravidade a coluna vertebral tem tendência para alongar-se.
Além de mais alto, o astronauta regressou mais novo e a justificação está relacionada com a teoria da relatividade de Einstein. De acordo com a mesma se dois objetos se movem a velocidades diferentes, o tempo passa mais depressa para o objeto mais lento - um fenómeno conhecido como dilatação do tempo.
Mas como remate final, fiquemos com algumas imagens da Terra vista do Espaço que nunca nos cansamos de ver.
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