A National Highway Traffic Safety Administration (NHTSA) anunciou que está a proceder a uma investigação aos sistemas de software de condução autónoma da Tesla, conhecido como Full Self-Driving. O regulador abriu uma investigação como parte do processo de avaliação preliminar dos registos de quatro acidentes envolvendo o sistema de condução autónoma, avança a BBC.
As notícias chegam uma semana depois de Elon Musk ter anunciado os planos da Tesla para o lançamento do robotaxi Cybercab, previsto começar a circular até 2027. A NHTSA está a investigar cerca de 2,4 milhões de automóveis da Tesla, entre diferentes modelos, que tenham sido construídos entre 2016 e 2024. Este é considerado o primeiro passo para uma potencial chamada dos veículos pelo regulador.
O regulador diz que os acidentes tiveram como origem uma redução da visibilidade da estrada devido ao nevoeiro e reflexos do Sol. Um dos acidentes que envolveram um Tesla causou um atropelamento fatal a uma pessoa e noutra situação causou ferimentos. Anteriormente, em agosto de 2022, dois acidentes fatais com automóveis Tesla indiciam que o piloto automático não reconhece motocicletas.
A avaliação que está a ser feita procura compreender se os sistemas de condução autónoma dos automóveis da Tesla podem detetar e responder adequadamente às situações de visibilidade reduzida. O regulador pretende saber quais os motivos de todos os acidentes com automóveis da Tesla e se estes estão ligados com as mesmas causas apontadas.
Veja na galeria as imagens do Cybercab anunciado recentemente:
De recordar que a condução autónoma da Tesla depende de câmaras, tecnologia mais barata que os sistemas de radar e LiDAR de topo das empresas que já estão na estrada. Antes do lançamento do Cybercab, a Tesla pretende começar a fazer testes de condução totalmente autónoma sem supervisão no próximo ano com o Model 3 e o Model Y no Texas e Califórnia, no caso de os reguladores aprovarem as respetivas permissões.
O sistema Full Self-Driving da Tesla deve chegar à Europa e à China durante o primeiro trimestre de 2025. Isto se a empresa de Elon Musk conseguir obter as respetivas autorizações regulatórias, em que a empresa tem vindo a trabalhar.
Embora o nome deste pacote de software remeta para a ideia de condução autónoma, não é isso que o FDS permite. Mesmo deixando o veículo fazer sozinho algumas tarefas, como estacionar, sair do estacionamento ou fazer inversão de marcha, a supervisão permanente do condutor é sempre necessária. Ou seja, quando a Tesla conseguir a aguardada autorização para trazer o serviço para a Europa isso não é sinónimo de que vamos passar a ver nas estradas da região, carros a deslocarem-se sozinhos enquanto o condutor vê um filme ou dorme a sesta.
São níveis de autonomia baixos e que não dispensam supervisão humana permanente. Para ter uma ideia, os modelos da Tesla que utilizam o Autopilot são classificados como o nível 2, numa escala de 0-5. Apenas os dois últimos níveis não requerem a supervisão do condutor.
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