Embora a empresa de Mark Zuckerberg indique que está a tomar medidas para lutar contra a desinformação relacionada com alterações climáticas, um novo estudo revela que o Facebook não consegue detetar a maioria das notícias falsas sobre a temática.
Aquando do seu rebranding, em outubro do ano passado, a empresa Meta comprometeu-se a assinalar no Facebook publicações com desinformação sobre alterações climáticas num conjunto de países que inclui Canadá, França, Alemanha, Irlanda, Nigéria, África do Sul, Reino Unido e Estados Unidos.
As publicações em questão são assinaladas com “etiquetas” específicas, que direcionam os utilizadores para o Climate Science Information Center, um centro onde podem aceder a informação verificada por fact-checkers.
No estudo, levado a cabo por investigadores do Center for Counter Digital Hate, foram analisados 184 artigos populares vindas de 10 páginas conhecidas por negarem alterações climáticas. Os especialistas verificaram que os mecanismos do Facebook não conseguiram identificar 50,5% dos casos, que acabaram por não ser identificados com as "etiquetas" necessárias.
"Ao não fazer nem o mínimo para lidar com a disseminação de desinformação sobre alterações climáticas, a Meta está a exacerbar o problema da crise climática", afirma Imran Ahmed, chefe executivo do Center for Countering Digital Hate, acrescentando que o "o preço desta falha de Mark Zuckerberg" é "catastrófico para o nosso ecossistema".
Ainda no início desta semana, a Whistleblower Aid, a organização que representa a denunciante Frances Haugen, submeteu duas novas queixas contra a casa-mãe do Facebook, acusando-a de enganar investidores sobre as medidas toma para combater a desinformação sobre as alterações climáticas, assim como sobre a COVID-19.
O The Washington Post avança que, no que toca à primeira das queixas submetidas à Security and Exchange Commission (SEC), nos Estados Unidos, a organização alega que informação falsa acerca das alterações climáticas circulava facilmente Facebook e que a empresa não tinha políticas claras para lidar com o problema até ao final do ano passado, embora os seus executivos afirmassem que a mesma se comprometia a lutar contra esta “crise global” em conversas com investidores.
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