Portugal está a ser afetado por uma onda de crimes informáticos e, para responder aos ataques, a Polícia Judiciária pretende reforçar a Unidade Nacional de Combate ao Cibercrime e à Criminalidade Tecnológica (UNC3T).
O Sábado avança que, de acordo com um aviso publicado em Diário da República, foi aberto um concurso para o recrutamento de novos candidatos para a equipa da PJ que investiga crimes informáticos.
O aviso indica que a PJ quer recrutar “oito candidatos ao curso de formação de especialistas de polícia científica da Polícia Judiciária para as Unidades da Polícia Judiciária com competências na área de sistemas de informação e comunicações”.
Desde do início de 2022 que a UNC3T tem vindo a dedicar-se à investigação de uma série de ataques. Logo a 2 de janeiro, os sites do grupo Impresa foram alvo de um ciberataque, uma situação da qual a empresa que detém o Expresso e a SIC ainda não recuperou totalmente.
Depois de mais dois dias após o ataque levado a cabo pelo grupo Lapsus$, os sites do Expresso e da SIC Notícias voltaram a estar novamente online mas ainda em formato provisório. O serviço de streaming Opto só voltou a estar disponível em todas as plataformas em 25 de janeiro.
Seguiu-se ainda o Parlamento e o grupo Cofina, que estiveram nos últimos fins de semana com websites offline, mas sem identificar como causa um ciberataque.
Já esta semana, a Vodafone Portugal confirmou ontem que a falha de serviço que afetou os seus clientes desde o dia 7 de fevereiro teve na sua base um ataque informático que foi classificado como um "ato terrorista" por Mário Vaz,CEO da empresa, em conferência de imprensa. A falha afetou todos os clientes de serviços Vodafone, particulares e empresariais, entre os quais a SIBS e o INEM.
A Polícia Judiciária já tinha confirmado que estava a investigar o ataque de que a Vodafone Portugal foi alvo. Em conferência de imprensa, Carlos Cabreiro reforçou o trabalho da unidade de cibercrime, confirmando que a PJ estava a trabalhar com a Vodafone para apurar os factos relacionados com o ataque e que envolveu os Serviços de Segurança Interna.
Em linha com o que Lino Santos tinha adiantado em entrevista ao SAPO TEK, Carlos Cabreiro afirmou que ainda não era possível saber de forma concreta o que está subjacente ao ataque à operadora portuguesa. "Estamos a falar exclusivamente de um crime informático que uma operadora de comunicações foi vítima”, indicou, afastando a possibilidade de este ser um ataque ao país ou a outras organizações e que a operadora foi "único alvo".
A Vodafone estimava ter a situação recuperada até final da tarde de ontem e confirmou que iniciou o restabelecimento dos serviços base de dados móveis sobre a sua rede 4G.
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