Dos e-readers a BQ passou para uma empresa de dispositivos móveis e daí começou a apostar forte na impressão 3D bem como na robótica. E o que pode parecer uma estratégia dispersa é na realidade um ecossistema bem pensado: “Os nossos produtos não são de empresas diferentes. Precisam uns dos outros para que as pessoas possam perceber como as coisas são construídas”, disse o CEO da BQ, Rodrigo del Prado.

E este já é um pensamento que acompanha os responsáveis da BQ desde o  dia em que começaram a construir a empresa e a desenvolver os primeiros produtos. “Então e se em vez de criares o teu primeiro produto quando já estás na faculdade, o possas criar enquanto ainda és criança e estás na escola? Começamos a construir esse ecossistema baseado na educação. Definiria a BQ como uma empresa de educação, não somos uma empresa que vende produtos”, explicou.

O robot Zowi é apenas o último passo da tecnológica neste sentido e em Espanha tem sido bem recebido. De tal forma que não há volume suficiente de unidades para que o brinquedo tecnológico possa chegar a Portugal ainda antes do Natal.


O dispositivo só vai chegar no próximo ano e vai encaixar na promessa de que a BQ vai apostar mais no campo da educação. Para Portugal a empresa até já tem definida a pessoa que vai ajudar a trabalhar esta estratégia junto das escolas.

“Trata-se de dar ferramentas às pessoas. A educação está a ajudar as pessoas a perceberam as paredes nas quais vão viver”.

Apesar desta ideologia, a verdade é que a maior parte dos consumidores conhece a BQ pelos smartphones e tablets que tem disponíveis no mercado livre. É uma das marcas mais conhecidas em Portugal, mas neste ano de 2015, apesar de ainda faltar uma das épocas mais fortes, a BQ perdeu quota de mercado. Algo que não é problema para o CEO da tecnológica.

“Os utilizadores estão contentes com os nossos dispositivos e isso faz-nos sentir confortáveis. E por isso estamos a lançar smartphones com melhores especificações e com uma melhor experiência de utilização. O preço pode não ser o mais barato, mas de certeza que damos a melhor experiência”.

O mercado está mais saturado e com mais marcas, o que também ajuda a explicar a quebra, mas Rodrigo del Prado concluiu assumindo uma postura de confiança. “Não estamos com pressa. Não queremos atingir quotas. O que precisamos é garantir que os nossos utilizadores fiquem contentes e que recomendem os smartphones a outros utilizadores, é assim que crescemos”.

A mais recente aposta da BQ no mercado dos smartphones é o Aquaris X5, o primeiro dispositivo da empresa com construção em metal.

Rui da Rocha Ferreira