O relatório dá a conhecer que 58% dos executivos acreditam que a tecnologia está a avançar a uma velocidade superior do que a capacidade de reconversão dos colaboradores. Além disso, só 47% consideram que conseguirão satisfazer a procura por colaboradores deste ano com o seu atual modelo de talento.
Citada em comunicado, Kate Bravery, Líder Global de Consultoria de Talentos da Mercer e autora do estudo, afirma que “aumentar a produtividade através da IA é uma prioridade para os executivos, mas a resposta não está apenas na tecnologia”. “Uma maior produtividade requer um design de trabalho intencional e centrado nas pessoas”, realça.
“As empresas líderes reconhecem que a IA é apenas uma parte da equação. Estão a adotar uma visão holística para lidar com as quebras de produtividade e a proporcionar uma maior agilidade através de novos modelos de trabalho Homem-Máquina”, detalha a responsável.
Encontrar um caminho sustentável para o futuro do trabalho continua a ser um processo desafiante e 74% dos executivos admitem preocupações com a rotação de talento. Por outro lado, 28% dos líderes de recursos humanos afirmam estar muito confiantes de que podem constituir um modelo de trabalho Homem-Máquina bem-sucedido.
58% dos executivos receiam que as suas empresas não estejam a fazer o suficiente para motivar a adoção de novas tecnologias por parte dos colaboradores. Do lado dos líderes de recursos humanos, 67% expressam preocupações quanto à implementação de soluções tecnológicas sem transformar o trabalho.
Confiança diminui, mas resiliência aumenta
O relatório, que parte das respostas de mais de 12,000 executivos, líderes de recursos humanos, colaboradores e investidores a nível mundial, revela que a confiança nos empregadores diminuiu de forma generalizada no ano passado, ficando ainda mais abaixo dos níveis registados anteriormente (42% em 2023 versus 19% em 2022).
Os especialistas realçam que este é um sinal de alerta preocupante, uma vez que a confiança tem um grande impacto na motivação dos colaboradores, na sensação de prosperidade e na intenção de permanecer na organização.
Quase metade dos colaboradores inquiridos diz querer trabalhar para uma organização da qual se possa orgulhar. A remuneração justa (34%) e as oportunidades de desenvolvimento (28%) são fatores determinantes para a permanência dos colaboradores.
Embora os colaboradores afirmem, de modo geral, que o sentimento de pertença os ajuda a sentirem-se prósperos, apenas 39% dos líderes de recursos humanos indicam que as mulheres e as minorias estão bem representadas na equipa de liderança da sua organização, e só 18% admitem que os recentes esforços de diversidade, equidade e inclusão aumentaram a retenção dos principais grupos de diversidade. Além disso, 76% dos colaboradores questionados já foram vítimas de discriminação em relação à idade.
As empresas afirmam que estão mais resilientes, com 64% dos executivos a indicarem que as suas organizações estão preparadas para desafios imprevistos. Porém, o relatório realça que os riscos a longo prazo, como os cibernéticos e climáticos, podem não estar a receber a devida atenção.
A par da resiliência empresarial, construir a resiliência individual é também importante. 82% dos colaboradores afirmam estar preocupados com a possibilidade de um burnout. Os especialistas apontam que redesenhar o trabalho para o bem-estar interno é fundamental para mitigar este risco e 51% das empresas de alto crescimento afirmam que já estão a trabalhar nesse sentido.
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