A pandemia de COVID-19 tem tido um impacto negativo em muitas empresas, mas há gigantes tecnológicas que estão a lucrar ainda mais nesta situação execional. Durante os primeiros três meses do ano, a tendência das maiores empresas do setor tecnológico nos Estados Unidos foi o crescimento de lucros e de receitas, numa altura em que o confinamento tornou maior a procura por alguns serviços. É o caso do Facebook, da Netflix, Amazon, Google e Apple.
No caso da empresa liderada por Mark Zuckerberg, o Facebook viu os lucros duplicarem no primeiro trimestre deste ano, atingindo os 4,90 mil milhões de dólares. A gigante tecnológica é a que regista o maior crescimento.
No que toca às receitas, a empresa conseguiu arrecadar 17,7 mil milhões de dólares. O valor representa um aumento de 18% em relação aos primeiros três meses de 2019, período em que se registaram receitas na ordem dos 15,98 mil milhões.
Apesar destes resultados, a pandemia fez estragos na gigante tecnológica, que também está a ajudar a combater a COVID-19. A empresa garante que nas últimas três semanas de março, altura em que a crise de saúde pública se fez sentir “em força” no negócio, houve uma queda significativa da procura por publicidade digital, causando um decréscimo no preço dos anúncios.
Lucros da Alphabet crescem, mas de uma forma mais discreta. Amazon contraria a tendência
Tal como aconteceu com a rede social, também a Alphabet, casa-mãe da Google, viu os lucros aumentarem durante os primeiros três meses de 2020. Neste caso, o valor foi de 6,38 mil milhões de dólares, um crescimento de 2,7% face ao mesmo período do ano passado. Até março passado a empresa contabilizou receitas de 41,15 mil milhões de dólares, mais 13,26% do que no mesmo período do ano anterior.
Estes valores surgem depois das mudanças de liderança na Alphabet no final de 2019. Na altura, Larry Page e Sergey Brin, fundadores da gigante tecnológica, explicavam que iam deixar a função de presidência da casa-mãe da Google. A ideia passou por deixar a liderança da companhia nas mãos de Sundar Pichai, que já era CEO da Google e mantém esse cargo, acumulando com a presidência da Alphabet.
Durante este período de crise de saúde pública que está a marcar 2020, a Amazon expressou uma vontade clara de contratar 100.000 colaboradores face à procura "sem precedentes" e aumentar o salário de alguns colaboradores desde abril. A empresa norte-americana foi a única a ver uma queda dos lucros, justificada pelo aumento substancial dos custos operacionais, nomeadamente os que estão relacionados com vendas, armazenamento, tecnologia e marketing. Ainda assim, a faturação registou um crescimento de 26%, revela o documento com os resultados financeiros.
Cerca de 2,5 mil milhões de dólares foi o valor do lucro registado pela Amazon no primeiro trimestre do ano fiscal, menos 29% que em igual período do ano anterior. Já no que toca à faturação, a situação é diferente, com a gigante tecnológica a registar cerca de 75,5 mil milhões de dólares.
Quarentena faz disparar número de assinantes da Netflix
Com as medidas de isolamento impostas um pouco por todo o mundo, a quarentena fez disparar o número de assinantes da Netflix nos primeiros três meses do ano. Ao todo, 16 milhões de novos utilizadores juntaram-se à plataforma, nove milhões acima do número estimado para este período. A empresa norte-americana registou lucros de 709 milhões de dólares, quando no mesmo período do ano passado esse valor foi de 344 milhões.
A gigante norte-americana garantiu ainda no final de abril que as medidas tomadas para não entupir a internet foram bem-sucedidas, mesmo nas alturas em que o tráfego atingiu picos. A Netflix adiantou ainda estar em conversações com as operadoras para garantir que as limitações impostas são suprimidas na melhor altura e de maneira a não condicionar o funcionamento da internet.
Aumento dos serviços ajuda a explicar desempenho da Apple
No final de abril, a Apple revelou que obteve uma receita de 58,3 mil milhões de dólares, um valor 1% acima do mesmo período de 2019. No que toca aos lucros, a gigante tecnológica apresentou um resultado de 11,3 mil milhões de dólares, valor que desceu ligeiramente face ao período homólogo, na altura chegando aos 11,6 mil milhões de dólares.
O grande suporte para este trimestre veio mesmo dos serviços. Nesta categoria a Apple revelou uma receita de 13,4 mil milhões de dólares, o que representa um aumento de cerca de 2 mil milhões de dólares face aos 11,45 mil milhões do primeiro trimestre de 2019.
Os valores positivos surgem mesmo depois da perda em bolsa das gigantes tecnológicas no início de março, havendo relatos de que a Amazon, Apple, Alphabet, Facebook e Microsoft somaram uma desvalorização de 416,63 mil milhões de dólares na bolsa. A pandemia de COVID-19 parece não estar a afetar as grandes empresas do setor, mas há que esperar pelos resultados dos próximos trimestres para analisar melhor a tendência.
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