Vai ser assim nos smartphones e também nas vendas de computadores e tablets. O ano de 2022 vai terminar com vendas abaixo do esperado, a refletir o impacto da inflação, da guerra, dos confinamentos na China e ainda da escassez de componentes.
As previsões da IDC apontam agora para uma queda nas vendas da ordem dos 8,2%, face a 2021, nos PCs, para um total de 321,2 milhões de unidades. Nos tablets, o tombo deve rondar os 6,2%, para um total de 158 milhões de unidades enviadas para as lojas.
No entanto, vale a pena referir que a tendência é vista como temporária e recuperável já em 2023, porque o mercado continua animando. A chegada prevista de novos modelos e o crescimento das vendas em mercados emergentes tendem a manter uma boa dinâmica de vendas. Só não chega para manter o negócio ao nível que atingiu durante a pandemia, mas é suficiente para ficar acima das vendas pré-pandemia, de acordo com os dados analisados pelo Worldwide Quarterly Personal Computing Device Tracker da IDC.
A IDC estima que as restrições impostas nos últimos meses em países como a China sejam aliviadas em breve, mas isso não será suficiente para resolver os vários problemas que a cadeia de valor de fabrico de PCs e tablets têm para enfrentar. De um lado, com a falta de componentes para criar produtos e do outro com a dificuldade em escoar os produtos acabados. Assim sendo, Jitesh Ubrani, gestor de pesquisa da IDC Mobility and Consumer Device Trackers acredita que “os atrasos nas entregas vão persistir durante o resto do ano".
"Para além das questões que decorrem da pandemia, acrescentámos agora à equação a guerra, a inflação e os confinamentos em curso na China", lembra Ryan Reith, vice-presidente da mesma unidade da IDC. Estes fatores, refere o mesmo responsável, estão a afetar todo o mercado, mas são mais relevantes em alguns segmentos.
"A nossa pesquisa continua a mostrar uma forte atividade de procura e oferta no mercado empresarial, mas nos mercados de consumo e da educação sente-se uma preocupação crescente e, em resultado, encomendas reduzidas”, concretiza o analista.
Recorde-se que já no início deste mês a IDC tinha revisto em baixa as previsões de vendas para os smartphones, chamando a atenção para os mesmos fatores que agora também destaca nos PCs e tablets. Este ano, as vendas de smartphones devem cair 3,5% para um total de 1,3 mil milhões de unidades, segundo as mais recentes previsões da IDC. As estimativas anteriores apontavam para um crescimento nas vendas de 1,6%.
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