A Huawei tem vindo a ser fortemente afetada pelas restrições comerciais impostas pelos Estados Unidos. Embora a estratégia da nova Administração Biden em relação à fabricante ainda não esteja totalmente solidificada, as medidas aplicadas pelo governo de Donald Trump mantêm-se.  Agora, ao que tudo indica, a empresa terá notificado os seus fornecedores de que os pedidos para o fabrico de componentes para os smartphones vão ter uma queda de 60% neste ano.

De acordo com fontes a que o jornal Nikkei Asia teve acesso, a Huawei indicou aos fornecedores que planeia enviar para as lojas entre 70 a 80 milhões de smartphones neste ano. No ano passado, o número de equipamentos distribuídos rondava os 189 milhões de unidades.

Os pedidos da fabricante limitam-se apenas a elementos tecnológicos para smartphones 4G, uma vez que está impedida pelo governo dos Estados Unidos de importar componentes que seriam necessários para equipamentos com suporte a 5G.

Recorde-se que, segundo dados avançados pela consultora IDC, a Huawei registou um declínio no mercado de smartphones no último trimestre de 2020. A fabricante colocou nas lojas 32,3 milhões de equipamentos, numa quebra de quase 50% face ao período homólogo em 2019.

Devido ao impacto das restrições impostas pelo governo dos Estados Unidos, a Huawei viu-se obrigada a vender a Honor em novembro de 2020. Desde então, circulam rumores de que a fabricante poderia vender as linhas de smartphones P e Mate para garantir a sua sobrevivência.

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Para já, Ren Zhengfei afastou a possibilidade. Numa recente conferência de imprensa na China o CEO da Huawei enfatizou que a empresa não tomaria uma decisão semelhante em relação ao seu negócio de smartphones.

Com Joe Biden aos comandos do país, Ren Zhengfei apelou ainda ao "reatar" das relações comerciais com os Estados Unidos. “A nossa empresa não tem a energia para estar envolvida nesta tempestade política”, sublinhou o responsável, “Nós esperamos que o governo norte-americano possa ter políticas mais abertas que beneficiem as empresas do país, assim como o desenvolvimento da sua economia”.