Depois de o governo de Donald Trump ter imposto novas restrições à Huawei, a fabricante chinesa vem agora reagir e definir as regras americanas como "arbitrárias e prejudiciais". A empresa chega mesmo a dizer que as medidas irão prejudicar "inevitavelmente" os negócios dos investidores e ter um impacto na indústria da tecnologia a nível global.

Desde maio de 2019 na lista negra dos Estados Unidos, a empresa tem “lutado para sobreviver e está a envidar todos os esforços para avançar", disse o chairman rotativo da Huawei Guo Ping no 17º Global Analyst Summit da Huawei.

Definindo o mundo como "um sistema colaborativo integrado", o representante da empresa considera que a "fragmentação de standards e cadeias de abastecimento não beneficia ninguém e terá um impacto severo em todo o setor". "A indústria como um todo deve trabalhar em conjunto para fortalecer a proteção dos direitos de propriedade intelectual, salvaguardar a concorrência leal, proteger standards globais unificados e promover uma cadeia de abastecimento global colaborativa ", reforçou.

Num comunicado citado pela BBC News, a fabricante chinesa considera que os Estados Unidos estão numa busca insaciável para reforçar a influência que têm em relação à empresa.

Novas restrições à Huawei fazem aumentar a tensão entre os Estados Unidos e China
Novas restrições à Huawei fazem aumentar a tensão entre os Estados Unidos e China
Ver artigo

As reações surgem depois de Donald Trump ter introduzido novas restrições que vão apertar ainda mais o cerco às empresas, impedindo-as de acederem a tecnologia americana. Segundo o New York Times, o executivo introduziu novas regras na sexta-feira passada que impedem a Huawei e os seus fornecedores de utilizarem tecnologia e software americano, com efeitos a partir de setembro, numa espécie de período de carência para os produtos já em produção. Segundo o Secretário de Estado, Michael R. Pompeo, estes serão os últimos 90 dias de extensão à proibição imposta em maio de 2019.

É referido que as empresas podem requisitar licenças para continuar a fornecer os produtos, mas o mais provável é estas serem negadas a partir da nova data. A posição já mereceu resposta do ministro dos negócios estrangeiros chinês, afirmando que os Estados Unidos devem parar com esta opressão despropositada às empresas tecnológicas chinesas, como a Huawei.

Já em 2019, o CEO da Huawei falava na necessidade da criação de um "exército de ferro". "Temos que completar uma revisão em condições difíceis, criando um exército de ferro invencível que nos pode ajudar a alcançar a vitória", escreveu Ren Zhengfei num documento de 2 de agosto de 2019.