Começou em São Francisco, onde era importante uma empresa tecnológica marcar presença para ter acesso a financiamento, mas a PagerDuty está a crescer e quer abordar o mercado europeu. Jennifer Tejada, CEO da empresa de gestão de operações digitais, acredita que há muitas oportunidades de crescimento e para isso vai localizar um polo de inovação e desenvolvimento em Lisboa, onde já está a recrutar.
A decisão já estava tomada antes da CEO da PagerDuty ter vindo ao Web Summit 2021, como oradora. No dia antes da entrevista com o SAPO TeK, Jennifer Tejada já tinha reunido com Carlos Moedas, o novo presidente da Câmara de Lisboa para falar sobre investimentos e a localização do hub na cidade.
E quais foram as razões que motivaram a escolha? Na lista de vantagens identificadas para fixar na cidade o primeiro centro de desenvolvimento da empresa na Europa, Jennifer Tejada aponta a cultura de empreendedorismo, a formação de nível elevado e o ecossistema tecnológico local. “Lisboa é uma localização muito refrescante, com uma cultura muito inclusiva e excelentes condições para um estilo de vida equilibrado”, afirmou, defendendo que estes elementos se enquadram bem nos valores da PagerDuty, que tem sempre defendido a integração de mais mulheres e também de etnias diferente e da comunidade LGBT.
“Esta é uma localização onde queremos situar um dos nossos hubs onde os colaboradores vêm para colaborar e inovar”, defende Jennifer Tejada.
Jennifer Tejada tem um percurso singular no mundo da tecnologia e é uma das poucas CEOs de uma empresa de tecnologia b2b, mas foi também a primeira mulher em mais de uma década a levar uma empresa de software à cotação na Bolsa de Valores de Nova Iorque. Desde o seu lançamento em bolsa, a PagerDuty duplicou a sua base de utilizadores e o número de colaboradores, registando um aumento de 80% das receitas nos últimos dois anos e contando com mais de 18 mil clientes.
Ao SAPO TEK a CEO explica que decidiu vir para Lisboa sem fazer nenhuma visita física, estudando todos os cenários à distância, mas apesar de reconhecer que não há cidades perfeitas está satisfeita com a decisão e confiante na capacidade da região se tornar um polo de atração de empreendedorismo e de mais investimento. O que se podia melhorar? "O trânsito!" afirmou, explicando que demorou uma hora para fazer um percurso de poucos quilómetros para chegar ao Altice Arena.
A empresa já está a recrutar e o objetivo é ter 100 pessoas no hub de Lisboa até final de 2022. Os perfis de recrutamento são na área de engenharia de software e programadores mas também finanças e operações, mas há várias oportunidades que podem ser exploradas no site de recrutamento.
A Europa é a região com o crescimento mais rápido do negócio da PagerDuty, com crescimento homólogo de 41% nas receitas internacionais durante o segundo trimestre. Para Jennifer Tejada a presença da PagerDuty em Lisboa representa uma oportunidade para acelerar as contratações, à medida que a empresa chega aos mil milhões de dólares em receitas anuais recorrentes.
“Estamos entusiasmados para construir a nossa presença em Portugal a fim de continuarmos a expandir o nosso negócio na Europa”, explica. Para além da área de desenvolvimento e inovação admite que poderá ainda localizar em Lisboa um centro de suporte a clientes.
A PagerDuty já tem escritórios em Londres, Atlanta, São Francisco, Sidney e Toronto e conta com 18 mil clientes, entre os quais estão empresas portuguesas, tais como Farfetch, AiFi, Mediatree, Miniclip, Unbabel e VictoriaPlum.
A empresa tem atualmente cerca de 1.000 colaboradores e tem vindo a crescer mas Jennifer Tejada quer manter o ADN da companhia, oferecendo um estilo de vida atrativo para pessoas de talento e uma oportunidade de equilíbrio entre a vida profissional e pessoal.
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