O relatório Global Skills Index da Salesforce demonstra haver uma crise crescente, a nível global, na área das competências digitais, alertando para uma necessidade urgente de ação. O estudo, que teve como base uma amostra de 23.500 profissionais de 19 países (Portugal não participou), chega à conclusão que 75% dos inquiridos não estão equipados devidamente para aprenderem as competências digitais que as suas empresas necessitam. Os entrevistados indicam ainda estarem, na totalidade, disponíveis para a aquisição das competências digitais necessárias para a atualidade e para os próximos cinco anos.
Variantes da questão apontam que 73% dos profissionais não se sentem equipados devidamente para aprenderem as competências digitais necessárias e 76% não se sente bem equipado para o futuro. Este pessimismo contrasta com a vontade e planos traçados por 82% dos profissionais para aprender novas competências no futuro. No entanto, apenas 28% está ativamente envolvido na aquisição de novas competências digitais.
A Salesforce diz que a lacuna das competências é preocupante, mas ao mesmo tempo representa uma oportunidade. A procura de colaboradores com competências digitais tem vindo a subir. A especialista em Customer Relationship Management calcula no seu Index o nível 33 numa escala de 100. A escala avalia a preparação digital, preparação, níveis de competência, acessibilidade e participação ativa em programas de reskilling. “Perante este cenário, torna-se clara e urgente a necessidade de investimento na diminuição desta lacuna de competências digitais”.
Veja na galeria gráficos das estatísticas do estudo:
O estudo diz que apenas 17% dos inqueridos se classificam como “avançado” no que diz respeito ao ambiente de trabalho digital. Já 49% afirma qualificar-se como “iniciante”.
Se pensa que navegar na internet ou participar nas redes sociais lhe confere competências digitais, a Salesforce afirma que estes não são úteis no ambiente de trabalho. A especialista explica que estas não se traduzem nas competências necessárias para impulsionar a recuperação, a resiliência e o crescimento das empresas no mundo digital. A reforçar, 64% dos inquiridos da geração Z diz-se “avançado” nas redes sociais, mas apenas 31% diz-se competente em nível “avançado” no que diz respeito a tecnologias que são necessárias para o negócio.
A maioria dos entrevistados que dizem ter competências nas redes sociais de nível avançado são da América do Norte (83%), Europa (82%) e Ásia-Pacífico (70%). Mas apenas cerca de um terço de cada região se diz preparado para os desafios digitais que as suas empresas vão enfrentar nos próximos cinco anos.
No estudo, é destacado por 63% dos inquiridos que as ferramentas colaborativas, como o Slack, são consideradas as mais importantes nas empresas e ao longo dos próximos cinco anos. Mas apenas 25% dos que também se afirmam com skills nas redes sociais, conseguem autoavaliar-se como “avançados” no uso de tecnologia colaborativa.
51% dos profissionais diz que pretende aprender uma nova competência para crescer profissionalmente. Destacam-se os 83% dos inquiridos mais jovens, da geração Z, na confiança e ambição de adquirir novas competências, e de estarem ativamente a treinar. No caso da geração baby boomers, apenas 12% estão ativamente a treinar novas competências, segundo o estudo.
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