A Sonaecom aguarda uma clarificação das condições de financiamento ligadas à fibra e a entrada em vigor da legislação que simplifica o desenvolvimento das infra-estruturas. Ângelo Paupério, presidente da empresa, garantiu em conferência de imprensa que a Sonaecom avançou no seu projecto Clix Fibra até uma fase que no futuro lhe permitirá acelerar objectivos, se for caso disso, mas admite que no momento está a observar as condições do mercado enquanto avança com o projecto numa fase em que a “visibilidade do aumento da rede é menor”.

Em comunicado, a empresa explicava que a primeira fase do projecto está concluída e já antes tinha afirmado que até final do ano passado o objectivo em termos de casas passadas era de 100 mil habitações. Os números serão suficientes para criar massa crítica e condições de trabalho facilmente replicáveis para um universo maior, explicou o responsável.

Ângelo Paupério lamentou o facto da Sonaecom ter avançado com o projecto da fibra há um ano e ainda hoje estarem por definir condições regulatórias. “Temos alguma frustração por ainda não ter sido possível chegar a um enquadramento regulador”, precisou. O responsável também sublinhou a importância de se tornarem mais claras as condições de acesso ao crédito subjacentes no acordo assinado entre os operadores e o Estado e a entrada em vigor das alterações legislativas que vêm simplificar a construção das infra-estruturas.

“É importante que as condições de acesso ao financiamento estejam clarificadas [...], acreditamos que a rede de fibra óptica é uma infra-estrutura de futuro”, referiu garantindo que o projecto se mantém. “Estamos empenhados, gostaríamos era de o fazer num quadro de conforto”, frisou.

O presidente da Sonaecom voltou a defender a partilha de infra-estruturas na fibra pela racionalidade económica dos investimentos, questões ambientais e rapidez de desenvolvimento do projecto.

A Sonaecom apresentou hoje resultados de 2008. No período a empresa obteve um volume de negócios de 976 milhões de euros, mais 9,4 por cento que no ano passado. Aumentou em 10,3 por cento o número de clientes móveis, para 3,2 milhões, mas diminuiu em 23,6 por cento, para 592,9 mil o número de clientes no fixo. O valor resulta de uma limpeza da base de dados mas também da perda de clientes para outros operadores.

Superando as previsões dos analistas, a empresa conseguiu lucros de 5 milhões de euros, num ano em que aumentou o capex operacional para 192,1 milhões de euros.