A maioria das empresas admite que nunca foi tão difícil recrutar talento para áreas tecnológicas como agora, 73% de acordo com os resultados de uma pesquisa realizada pela MuleSoft, da Salesforce. A quase totalidade dos entrevistados na mesma pesquisa (98%) reconhecem que a atração de talento influencia decisões de investimento em tecnologia.
Esta perceção reflete-se na valorização do talento pelas organizações, com 87% dos líderes seniores inquiridos neste 2022 IT Leaders Pulse Report a concordar que investir em pessoas é extremamente importante para as suas empresas. A maioria dos inquiridos refere mesmo planos para investir na melhoria do bem-estar dos colaboradores alocados à área de TI (82%) e na qualificação (78%), aspetos que surgem até como prioritários face à contratação de novos quadros nos próximos 12 meses, referida por 68% do inquiridos.
As áreas onde as empresas mais identificam lacunas de competências nas funções de TI da sua organização são a arquitetura de soluções (60%) e na gestão de infraestrutura e cloud (45%).
Também para responder à falta de recursos, cada vez mais empresas adotam soluções de automação. Os dados apurados neste estudo mostram que 58% das organizações estão a automatizar tarefas e processos e 53% estão a capacitar colaboradores não-técnicos com ferramentas de automação, para responder às suas próprias necessidades.
A pesquisa mede também a perceção dos líderes seniores em relação à importância da experiência que uma empresa consegue proporcionar a colaboradores e clientes, com 86% dos inquiridos a defenderem que a experiência é tão importante como os produtos e serviços. Nesta linha, quatro em cada cinco entrevistados considera que as tecnologias melhoradas de atendimento ao cliente (86%) e ao colaborador (85%) são hoje críticas para a competitividade de qualquer empresa.
Os gestores entrevistados reconhecem ainda que os processos de trabalho entre equipas TI e de negócio das suas empresas têm ampla margem para melhorar, como defendem 54% dos inquiridos. Os líderes seniores das áreas tecnológicas defendem mesmo que os processos TI estão a prejudicar a produtividade das organizações e a inovação (91%), bem como a adoção de novas tecnologias (92%), ou mesmo a experiência do cliente (92%) e do colaborador (93%).
Não admira, por isso, que a prioridade mais apontada pelos gestores para os próximos 12 meses seja a melhoria de processos. Uma das receitas mais seguidas para alcançar este objetivo parece ser a criação de equipas multidisciplinares, criadas a partir da fusão das equipas existentes. Mais de dois terços (69%) das organizações criaram ou estão em processo de fusão de equipas e 22% querem fazê-lo nos próximos 12 meses.
A integração continua a ser uma das principais dores de cabeça na componente TI da modernização de processos, reconfirma o estudo. Destaca-se também a adoção cada vez maior de ferramentas de low-code e no-code pelas organizações, para permitir que os utilizadores do negócio possam construir e testar novas experiências. Quase todas as organizações inquiridas nesta pesquisa (96%) utilizam ferramentas low-code e no-code e 36% planeiam aumentar a sua utilização nos próximos 12 meses.
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