O Conselho de Ministros decidiu acabar com a recomendação da opção pelo teletrabalho e eliminar a testagem em locais de trabalho com mais de 150 trabalhadores. A decisão foi comunicada ontem depois da reunião do executivo e é uma medida de maior flexibilização depois de a 14 de junho o teletrabalho ter deixado de ser obrigatório.
Entre as várias medidas que entram em vigor em 01 de outubro estão ainda o fim da necessidade de teste negativo ou certificado digital nas aulas de grupo em ginásio, na restauração e hotéis e alojamentos turísticos.
Estabelecimentos comerciais, eventos culturais e familiares deixam também de ter limites na lotação eliminando-se ainda a exigência de limite máximo de pessoas por grupo nos restaurantes e afins, seja no interior ou na esplanada.
O conjunto de medidas para vigorarem a partir de 01 de outubro determina ainda o fim dos limites em matéria de horários - com os estabelecimentos a terem de observar aqueles para os quais estão licenciados - e da limitação à venda e consumo de álcool.
Na conferência de imprensa realizada ontem no final do Conselho de Ministros, o primeiro-ministro, António Costa, fez questão de sublinhar que o país vai entrar numa fase em que deixa de estar condicionado por restrições impostas por lei, para entrar numa etapa que assenta essencialmente na responsabilidade de cada pessoa.
É que, referiu, apesar de poder ser considerada como controlada, a pandemia não acabou, além de que o calendário avança para uma época mais fria, em que as infeções respiratórias são mais comuns.
Empresas avançam para modelos de trabalho flexíveis
Ainda antes da decisão ontem comunicada pelo Conselho de Ministros, muitas empresas já tinham retomado os planos de regresso ao escritório, a maior parte das quais em modos flexíveis, ou híbridos.
Esta flexibilidade vai marcar o futuro do trabalho, pelo menos nas áreas em que isso é possível, como apurou o SAPO TEK num dossier publicado na semana passada, onde ouviu várias empresas e especialistas nesta área, e onde aborda também a tendência de nomadismo digital que está a ser explorada como uma solução para atrair profissionais para várias regiões do país.
Ainda ontem um estudo do Eurostat mostrava que a Área Metropolitana de Lisboa se destacou em 2020 como uma das que mais profissionais estiveram em teletrabalho. Segundo os dados, um em cada quatro profissionais ativos trabalhou à distância neste período.
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