A fase principal do leilão do 5G avançou hoje para o seu 34º dia, num processo que já superou largamente a duração da fase reservada para novos entrantes. Num dia marcado novamente por seis rondas, as licitações atingiram os 243,33 milhões de euros. O valor representa uma subida de 3,18 milhões em relação ao que foi atingido no dia anterior.
A soma das licitações da fase dos novos entrantes com as que foram alcançadas hoje na fase principal resulta num valor que já é superior a 327 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões.
De acordo com os mais recentes dados da Anacom, as únicas mudanças situam-se na faixa dos 3,6 GHz, onde hoje há subidas nas ofertas de 29 dos 40 lotes disponíveis, assim como uma dinâmica de crescimento das propostas que leva a aumentos a rondar, no máximo, os 139% em relação ao preço de reserva.
Recorde-se que a faixa dos 2,1 GHz apresenta licitações na ordem dos 10,6 milhões desde 22 de janeiro, num crescimento de mais de 400% face ao preço de reserva de espetro. Na dos 2,6 GHz, o valor das licitações relativas ao primeiro dos lotes alcançou no 24º dia os 9,588 milhões de euros, mais 220% do que o valor inicial de 3 milhões, e as ofertas para o segundo dos lotes da faixa atingiram os 9,132 milhões no 23º dia.
Já faixa dos 700 MHz, as licitações continuam nos 19,2 milhões de euros e um dos lotes não recebeu ofertas desde o início da fase principal do leilão. Os quatro lotes disponíveis na faixa dos 900 MHz também não registam alterações em relação ao preço de reserva de 6 milhões de euros.
O regulamento estabelece que o leilão só terminará quando não existirem novas licitações, fixando-se o valor final e cabendo à Anacom fazer a consignação das licenças e, por fim, a atribuição. Só depois é que podem avançar as ofertas comerciais.
Ainda ontem, antes do debate público sobre o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) terminar, a associação de operadores de telecomunicações, APRITEL, defendeu que o documento deverá incluir financiamento público de redes de nova geração.
Numa nota à comunicação social, a APRITEL defendeu que, no âmbito da consulta pública, deve ser feita "a revisão do PRR de forma a incluir uma componente adicional no pilar da transição digital, de financiamento público de redes de nova geração em locais que não atraem por si só o investimento privado".
A associação argumentou também que este tipo de investimento está previsto no Mecanismo de Recuperação e Resiliência Europeu e que esse investimento "está a ser feito em países como Espanha, França, Itália ou a Alemanha".
Já hoje, num seminário de debate sobre Transição Digital, Pedro Siza Vieira, ministro da Economia e da Transição Digital, defendeu que no próximo quadro financeiro plurianual há verbas "apropriadas" para assegurar ligações de fibra ótica e que as receitas do leilão do 5G vão ajudar "a acelerar cobertura de algumas zonas".
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h53)
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