A fase principal do leilão do 5G continua, com o processo a afirmar-se como “recordista” em matéria de duração, tendo já superado os três meses “épicos” do leilão da Alemanha. Nas sete rondas do 95º dia, as licitações das operadoras atingiram os 314,599 milhões de euros, registando uma subida de 1,03 milhões de euros face ao dia anterior.

Ao todo, a soma de ambas as fases do leilão resulta num encaixe potencial que ultrapassa os 398 milhões de euros. O valor ultrapassa o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros e o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011, que se situou nos 372 milhões de euros.

Sem fugir à tendência dos últimos meses, a faixa dos 3,6 GHz, onde alguns lotes já ultrapassaram a marca dos 5 milhões de euros, é a única que continua a registar mudanças. Através dos mais recentes dados da Anacom é possível verificar que hoje há subidas relativamente às propostas de 17 dos 40 lotes disponíveis.

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Em relação ao preço de reserva, contata-se uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar, no máximo, os 325%, superando a valorização registada nos dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz, que estão “parados” desde o 23º e 22º dia, respetivamente. Porém, a faixa dos 2,1 GHz, que também não se altera desde o 7º dia de licitações, é a que mais aumentou de preço até agora, valorizando mais de 400%.

O prolongamento do processo tornou impossível cumprir o calendário proposto pela Anacom, que queria ter serviços comerciais de 5G ainda no primeiro trimestre de 2021. Para acelerar o processo, a entidade reguladora apresentou em abril uma proposta de alteração das regras: uma decisão que não foi bem recebida pelas operadoras e tanto a Altice Portugal, como a NOS e a Vodafone se manifestaram negativamente.

Embora Portugal continue a ser um dos países da União Europeia sem serviços comerciais de 5G, operadoras  como a MEO, NOS e Vodafone afirmam que estão prontas a avançar e já têm campanhas na rua e projetos de cobertura de recintos culturais e desportivos com redes móveis de quinta geração.