A MásMóvil vai tornar-se acionista única da Nowo e, através da operadora, vai entrar no leilão do 5G em Portugal. O grupo espanhol de telecomunicações, que entrou no mercado português em 2019, com a compra, em conjunto com a GAEA, da Cabonitel, dona da Nowo e da Oni, aos fundos da norte-americana KKR, revelou que concentrará “esforços de investimento” no 5G, além da construção da nova rede de fibra ótica no país.

A empresa espanhola deu a conhecer que celebrou, a 8 de novembro, um acordo para a compra da Oni por parte da Gigas Hosting. A operação na ordem dos 40 milhões de euros, será avaliada pela Autoridade da Concorrência e espera-se que a transição esteja completa no início de 2021. Assim, a Gigas Hosting. passará a ter a GAEA como principal acionista, “com mais de um terço das ações”, referiu a MásMóvil em comunicado citado pela Lusa.

No que respeita à rede de fibra ótica, o grupo espanhol indicou que o projeto já começou em Lisboa e no Porto, vistos como dois mercados prioritários, “com fortes investimentos que vão aumentar a competitividade da Nowo”. O regulador do mercado espanhol CNMV suspendeu a 3 de novembro a cotação das ações da MásMóvil em Espanha, que saiu da bolsa no dia 15, avançou a agência noticiosa EFE.

Braço de ferro entre operadores de telecomunicações e Anacom coloca em causa o leilão do 5G em Portugal
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Espera-se que a atribuição das licenças 5G em Portugal decorra durante o primeiro trimestre de 2021. No entanto, a “guerra” entre operadoras e Anacom ameaça suspender o processo. A divulgação da versão final do regulamento do leilão foi acompanhada de fortes críticas da Altice Portugal, NOS e Vodafone Portugal ao regulador, bem como do aumento da litigância e anúncio de suspensão de investimentos.

Aos processos em tribunal e queixas em Bruxelas, juntam-se as providências cautelares da Vodafone e da NOS contra o processo da Dense Air, operadora que acusam de ter uma licença ilegal, e a suspensão dos investimentos em curso por parte da Altice. A NOS anunciou também que pretende avançar com uma providência cautelar e uma ação contra as regras do leilão que considera discriminatórias. Se forem aceites pelo tribunal, levarão à suspensão do processo.