Impedir que qualquer empresa americana compre equipamento de empresas chinesas, onde se inclui a Huawei, recorrendo a dinheiro disponível num fundo subsidiado pela Federal Communications Commission (FCC), o Universal Service Fund (USF). É esta a proposta do organismo americano regulador na área das telecomunicações que vai ser votada em novembro.

No post publicado esta segunda-feira no blog da FCC, Ajit Pai fala num "importante passo para melhor a segurança das redes nos Estados Unidos da América (EUA)", depois de acreditar que determinados fornecedores chineses como a Huawei e a ZTE representam “um risco para a segurança nacional do país”. Por isso, o presidente da FCC não quer que o fundo de 8,5 mil milhões de dólares seja utilizado com empresas que diz poderem significar uma ameaça para o país.

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Tal como já tem vindo a mostrar, o presidente da FCC concorda com as autoridades americanas e considera que este tipo de empresas pode recorrer a equipamentos para "espiar, roubar ou prejudicar" os EUA. "E existem razões crescentes para acreditar que as empresas chinesas Huawei e ZTE representam um risco inaceitável para a segurança nacional dos EUA", considera.

Para além de apresentar a proposta relativa ao USF, o presidente da FCC fala também noutra sugestão. Ajit Pai propõe um processo para remover e substituir o equipamento de redes de comunicações da Huawei e da ZTE financiadas pelo USF, visto que algumas operadoras de telecomunicação nas zonas rurais já receberam equipamentos. Primeiramente, a ideia seria proceder a uma avaliação para identificar o número de equipamentos destas empresas e numa segunda fase ajudar as redes a fazerem uma transição para "fornecedores mais confiáveis".

Estas e outras propostas vão ser votadas em novembro numa reunião da FCC. De qualquer forma, o presidente da FCC fala já num mês favorável “à melhoria da segurança das redes de comunicações e à expansão do seu alcance e capacidades”.

Esta medida só vai aumentar a diferença digital no país, defende a Huawei

Entretanto, a Huawei já veio reagir e, como não é de admirar, de forma negativa. Em declarações ao Business Insider, a fabricante chinesa responde referindo que "a proibição de fornecedores específicos com base no país de origem não fará nada para proteger as redes de telecomunicações americanas". “Esta ação irá ampliar ainda mais o fosso digital, diminuindo o ritmo do desenvolvimento económico sem garantir ainda mais as redes de telecomunicações do país”, escreve a fabricante.

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"A Huawei continua aberta a relacionar-se com os governantes dos EUA para encontrar uma solução fiável para proteger o sistema de telecomunicações dos EUA", conclui.

Desde que a Huawei foi incluída na "lista negra" do Departamento de Comércio dos Estados Unidos em maio que a empresa ficou impedida de comprar produtos e serviços a empresas norte americanas, mas foram concedidos já dois prolongamentos para este bloqueio, o último dos quais termina já no próximo dia 19 de novembro.

Depois disto, Donald Trump afirmou que as empresas norte americanas poderiam solicitar licenças especiais para continuar a fornecer tecnologia à Huawei, mas sem nunca clarificar como, e em que situações, é que isso poderia acontecer. O resultado foi que centenas de pedidos que foram apresentados ficaram parados nos serviços administrativos, sem sinal de quando poderiam ser desbloqueados.

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