As vendas mundiais de smartphones aumentaram 5% no terceiro trimestre do ano, de acordo com as contas da Canalys. A empresa de estudos de mercado sublinha as boas expectativas para o resto do ano, já que vê o crescimento registado entre julho e setembro como sinal do início de um ciclo de renovação de equipamentos, que tende a reforçar-se nos próximos meses. A IDC também divulgou previsões preliminares de vendas de equipamentos no terceiro trimestre. Nas contas da consultora, as remessas cresceram 4% no período para um total de 316,1 milhões de equipamentos enviados para o retalho.
Os países emergentes foram aqueles que mais “puxaram” pelo mercado no período em análise, mas os dados apurados também mostram maiores volumes de vendas na Europa, na América do Norte e na China. Como sublinha a Canalys, as regiões do globo onde tem mais peso o fenómeno da renovação do parque de equipamentos.
Nos fabricantes, o destaque vai para a dificuldade da Samsung em manter a liderança mundial do mercado. A Apple conseguiu o melhor terceiro trimestre da sua história, graças ao interesse no iPhone 15, mas também ao bom nível de vendas de modelos anteriores, apurou a Canalys e a IDC subscreve.
“No terceiro trimestre de 2024, os modelos mais antigos do iPhone, especificamente o iPhone 15, tiveram um desempenho excecional devido às grandes promoções e ao aumento das atividades de marketing em torno da Apple Intelligence”, sublinha Nabila Popal, diretora de pesquisa da Worldwide Client Devices da IDC.
Resultado, as duas empresas chegaram ao final de setembro com uma quota de mercado de 18%, nas contas da Canalys. A Samsung porque perdeu peso face ao mesmo período do ano passado, quando tinha uma quota de 21%. A Apple porque conseguiu ganhar um ponto. Quem também conseguiu ganhar quota no último ano foi a terceira fabricante do ranking mundial, a chinesa Xiaomi, que terminou setembro com 14% das vendas globais de smartphones. A quarta fabricante da lista também é chinesa, é a Oppo, que conseguiu uma quota de 9%, que a Canalys atribui a um forte crescimento das vendas na Índia e em mercados da América Latina.
Os dados da IDC organizam o ranking de vendas da mesma forma, mas atribuem quotas ligeiramente diferentes às quatro fabricantes. Nesta análise, os ganhos da Apple e das restantes concorrentes da Samsung no top 5 foram maiores no último ano.
A IDC sublinha também o forte crescimento das fabricantes chinesas no período, chamando a atenção para as diferenças que ainda assim marcaram o período. “Enquanto algumas empresas enfrentaram custos de matéria-prima mais elevados (BOM), outras beneficiaram de taxas de câmbio favoráveis em mercados emergentes como o Sudeste Asiático”. No comunicado de divulgação dos números, a IDC acrescenta que “o desempenho da vivo foi particularmente notável, alimentado por lançamentos agressivos de produtos e uma base de comparação baixa”.
Na reta final do ano, a Apple deve continuar a colher os louros de uma tendência que também se tem intensificado, sobretudo em mercados mais maduros: a preferência crescente por equipamentos de gamas mais altas. O novo iPhone 16 promete ajudar a empresa a manter-se como uma opção forte nessas decisões de compra, até pelas novidades que integrará entretanto na área da inteligência artificial, destaca a Canalys.
A IDC acrescenta que também a Samsung deve continuar a beneficiar de uma maior preferência por equipamentos premium em alguns mercados. “A Samsung manteve sua liderança de mercado, apesar de uma queda no número total de unidades enviadas”, destaca Francisco Jerónimo, vice-presidente da EMEA Client Devices. “No entanto, a empresa continua a aumentar a sua quota no segmento premium, uma vez que os preços médios aumentaram no trimestre, impulsionados por uma mistura mais forte de modelos Galaxy com IA”, acrescenta o responsável, destacando o facto de mais modelos já à venda e vários novos terem agora integrados os recursos do Galaxy AI.
Black Friday e Natal devem ser momentos altos de vendas para os fabricantes de smartphones, embora a Canalys também faça notar que as empresas enfrentam vários desafios globais que podem ameaçar a tendência positiva atual, como flutuações na procura e exigências regulatórias. Aqui, o destaque vai para a diretiva europeia de ecodesign que obrigará as empresas, por exemplo, a cumprirem requisitos minímos de eficiência energética nos equipamentos.
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