Por Catarina Costa (*)
A igualdade de género tem sido um tema de destaque em diversos setores da sociedade, e a área tecnológica não é exceção. Embora a presença das mulheres na indústria de tecnologia esteja a aumentar gradualmente, ainda há muito trabalho para ser feito de forma a garantir que estas sejam representadas de forma justa e igualitária neste setor. Segundo dados de 2022 da Women in Tech, na Europa, apenas cerca de 28% dos trabalhadores da tecnologia são mulheres. Como será então possível promover a igualdade de género na era digital?
Um dos primeiros passos para promover a igualdade de género na área tecnológica é garantir que as mulheres têm acesso às mesmas oportunidades de educação que os homens. Isso pode ser feito através de programas de bolsas de estudos, cursos de formação profissional e outras iniciativas que ajudem as mulheres a adquirir as competências necessárias para ingressar e crescer na área tecnológica. Felizmente, há organizações a fazer a diferença nesta área. A organização sem fins lucrativos Girls Who Code criada por Reshma Saujani tem exatamente como objetivo habilitar jovens meninas a tornarem-se líderes em tecnologia, fornecendo-lhes oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento de competências em áreas como programação e ciência da computação.
Outro aspeto importante para promover a igualdade de género na era digital é garantir que as mulheres são representadas de forma justa e igualitária em todos os setores da indústria tecnológica. A representatividade é importante porque ajuda a mudar a forma como as mulheres são vistas na sociedade. Quando as mulheres são retratadas como líderes, empreendedoras ou cientistas bem-sucedidas, as jovens podem ver esses modelos como exemplos a seguir. Esta promoção da igualdade pode acontecer através da promoção de mulheres em posições de liderança, da criação de políticas que incentivem a diversidade e a inclusão e da eliminação de preconceitos inconscientes e estereótipos de género.
Um exemplo a seguir neste sentido é Sheryl Sandberg, diretora de operações do Facebook. Sendo uma defensora da igualdade de género no setor da tecnologia, Sandberg tem tido um papel ativo na implementação de políticas de diversidade e inclusão na sua empresa. É também autora do livro "Lean In", onde encoraja mulheres a tornarem-se líderes nas suas carreiras.
É ainda importante destacar que a promoção da igualdade de género na era digital não é apenas uma questão de justiça e igualdade, mas também pode ter benefícios significativos para a indústria tecnológica como um todo e um impacto positivo na economia global. Ao garantir que as mulheres são representadas de forma justa e igualitária neste setor, podemos aumentar a diversidade de ideias e perspetivas, o que pode levar a soluções mais criativas e inovadoras. Inclusive, de acordo com um estudo da McKinsey & Company, se a percentagem de mulheres em empregos tecnológicos duplicasse até 2027, o PIB da União Europeia poderia aumentar em até 600 mil milhões de euros.
Promover a igualdade de género na era digital é assim uma questão importante e urgente que exige ações em diversas frentes. Juntos, podemos trabalhar para garantir que todas as pessoas, independentemente do género, tenham as mesmas oportunidades e possam contribuir plenamente para um mundo mais justo e equitativo.
(*) responsável pelo campus de Lisboa da Ironhack Portugal
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