A primeira edição do programa UPskill teve um balanço positivo, da parte dos participantes e empresas, e hoje é anunciada em Bragança a segunda vaga, que já tem as inscrições abertas desde dia 14 de outubro no site da iniciativa.
O programa de qualificação e requalificação é direcionado a pessoas desempregadas ou em situações de subemprego, que têm acesso a formação especializada, e garantia de emprego no final. Dinamizado pela APDC, o Estado e a Academia, o UPskill tem como objetivo responder à falta de talento TIC nas Empresas, que é essencial para acelerar a transição para o digital.
"Nesta edição temos uma grande adesão de empresas e das instituições de ensino, e conseguimos alargar a formação a mais 5 cidades do interior", explicou ao SAPO TEK André de Aragão Azevedo, secretário de Estado da Transição Digital. Hoje assinala-se a abertura da primeira turma, em Bragança, mas a formação vai decorrer em instituições de ensino superior de Lisboa, Porto, Faro, Braga, Bragança, Setúbal e Viseu.
Para meados de novembro, está previsto o lançamento do um novo período de candidaturas, que devem conseguir formar mais 16 turmas, com aulas localizadas em Braga, Bragança, Castelo Branco, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria, Lisboa e Porto.
Mais vagas para desempregados e pessoas em situações de subemprego
O número de vagas para a formação da segunda vaga quase duplica, para as 814 vagas disponíveis, mas também há mais empresas, algumas das quais já participaram na primeira fase. "É muito positivo ver como o programa teve um efeito transformador na vida das pessoas e das próprias empresas, que têm aqui a possibilidade de recrutar pessoas com uma formação direcionada às suas necessidades, com uma qualidade técnica muito boa, e combinar estes novos recursos com as contratações de jovens que estão a sair do ensino superior", defende André de Aragão Azevedo.
A falta de recursos qualificados nas áreas do digital e tecnologia é um dos problemas que tem sido identificado em Portugal, embora não existam números que o quantifiquem. O programa UPskill foi pensado especificamente para esta área e o secretário de Estado lembra que no Plano de Ação para a Transição Digital a área das pessoas é um dos pilares, com iniciativas que vão desde a formação básica em literacia, com o programa Eu Sou Digital, aos mais avançados, como este UPskill.
André de Aragão Azevedo lembra ainda que este modelo de formação tem um impacto positivo em todo o mercado, e não apenas nas pessoas que passam pelo UPskill e as empresas que participam, valorizando o capita humano em Portugal.
"As empresas internacionais reconhecem que em Portugal a formação é muito boa, com uma boa relação de custo/qualidade, e isso é um argumento para ficarem cá investimentos [...] mas este reconhecimento também é importante para os profissionais portugueses que podem encontrar oportunidades para trabalhar em projetos internacionais a partir de Portugal", explica.
Possibilidade de alargar o UPskill a outras áreas
O secretário de Estado admitiu também ao SAPO TEK que a experiência positiva conseguida com o UPskills pode ser alargada a outras áreas de formação. "Temos pedidos para alargar a outras áreas", afirmou, sem detalhar quais são.
O digital é uma prioridade, mas o objetivo é repetir o modelo e ter uma nova forma de capacitação, mais próxima das empresas, com uma forma de gestão das competências que é mais eficaz, articulada entre as várias áreas governativas e que faz a ponte com as organizações.
Maior participação das empresas
Depois da experiência na primeira edição, o UPskill traz algumas mudanças para a segunda vaga, incluindo a possibilidade das empresas terem turmas dedicadas, destinadas apenas às suas necessidades de talento específicas, que podem ter 15 ou mais formandos a aprender uma determinada tecnologia e numa localização determinada.
Aliás, nesta nova fase, a maior parte das turmas previstas são já dedicadas, para responder às necessidades de empresas como a Inetum, Deloitte, Capgemini Engineering, Unipartner, Minsait , Bizdirect e Everis.
Segundo os dados partilhados, entre as áreas de formação solicitadas pelas Empresas estão tecnologias como o .Net, OutSystems, Java, PowerPlatform, Microsoft CRM, Cloud AWS, Cloud Microsoft Azure, Appian, ServiceNow, Android, Datawarehouse BI, Robotic Process Automation / V&V - Validation & Verification, Salesforce e SAP.
As candidaturas podem ser apresentadas no site UPskill em upskill.pt, onde se podem inscrever os formandos mas também as empresas que estão interessadas em juntar-se ao programa.
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