Os telemóveis começaram por ser simples ferramentas de comunicação, mas, com o passar do tempo, foram ganhando funcionalidades adicionais para uma experiência mais completa. Os jogos não foram uma exceção, afinal, quem não se lembra do famoso Snake, que chegou aos telemóveis da Nokia em 1997? 

Embora não tenha sido o primeiro da sua espécie, pois ainda em 1994 o Hagenuk MT-2000 já tinha o Tetris, o Snake ajudou a popularizar o conceito dos videojogos em telemóveis, algo que, com a entrada no novo milénio, acabou por evoluir para as primeiras tentativas de equipamentos dedicados ao gaming. 

O sucesso destas tentativas ficou aquém das expectativas, mas, com o surgimento dos smartphones, apareceram novas oportunidades de materializar este conceito, com equipamentos bem “apetrechados” e com a ambição de fazer concorrência ao mercado das consolas portáteis.

2018 foi um ano “em cheio” para os smartphones de gaming, numa tendência que tem vindo a perder alguma da sua força, à medida que outras fabricantes fora do segmento apostam também na inclusão de funcionalidades que prometem apelar aos jogadores nos seus smartphones.

Foram várias as marcas que experimentaram com equipamentos mais orientados para os videojogos, umas com mais sucesso do que outras e, na galeria que se segue, pode recordar 10 modelos que marcaram a evolução do gaming mobile.

Clique nas imagens para ver 10 equipamentos que marcaram a evolução do gaming mobile

  • Nokia N-Gage (2003)

Lançado em 2003, o N-Gage simbolizou a primeira aproximação da Nokia ao mercado dos gaming, apresentando-se como uma combinação entre um telemóvel e uma consola de videojogos. Aliás, na altura, o equipamento era apresentado como uma espécie de “rival” do GameBoy Advance da Nintendo.

O modelo contava com um design, no mínimo, curioso e semelhante ao do Nokia 3300, incluindo um ecrã a cores um pouco maior e um posicionamento diferente de teclas. O Nokia N-Gage tinha suporte a jogos concebidos para o sistema operativo Symbian, que chegavam no formato de cartões de memória flash.

Além dos jogos físicos, a marca apostou nos títulos online, com uma plataforma própria onde era possível descarregá-los. Apesar da ambição da Nokia, muitos consideravam que o modelo não era prático como consola, nem como telemóvel, uma vez que era necessário utilizá-lo de lado para fazer chamadas, algo que fez com que ganhasse a alcunha de “taco phone”.

Para introduzir os os cartões com jogos era necessário abrir o equipamento e remover a bateria. O layout das teclas era também visto como outro dos pontos negativos, assim como a falta de títulos apelativos.

A Nokia acabou por lançar uma nova versão do telemóvel em 2004, o N-Gage QD com algumas melhorias, mas não foi suficiente para fazer com que a ideia vingasse no mercado. Ao todo, a marca terá vendido três milhões de unidades, um número bem abaixo das suas expectativas, e, em 2009, a plataforma de jogos N-Gage acabou por ser encerrada, com a Nokia a virar as suas atenções para a OviStore.

  • LG KV3600 (2005)

Este modelo da LG, apresentado em 2005, passou um pouco despercebido no mercado internacional. Apesar de ter passado por feiras de tecnologia como a CES, o equipamento foi apenas lançado na Coreia do Sul, com a designação LG SV360.

O telemóvel destacava-se pelo seu design em formato de concha. Quando estava fechado, o LG KV3600 tinha o aspecto de um típico telemóvel da época, mas, ao ser aberto, o seu interior revelava um segundo ecrã e um teclado específico para jogos.

Segundo informação avançada pela imprensa internacional na altura, o modelo era concebido para jogos 3D, e incluia um processador desenvolvido pela ATI que suportava a experiência de gaming.

  • Samsung SPH-B5200 (2006)

Tal como a LG, a conterrânea Samsung também apostou no segmento dos telemóveis para gaming em 2006 com o modelo SPH-B5200, que foi lançado apenas na Coreia do Sul. Descrito como um “Premium Gamephone”, telemóvel tinha um design com uma estrutura deslizante, podendo ser utilizado tanto na vertical como na horizontal, sendo esta a orientação em destaque para os jogos.

O Samsung SPH-B5200 incluía também uma funcionalidade que dava aos utilizadores a possibilidade de ligarem o telemóvel a uma televisão compatível para desfrutarem dos jogos num ecrã de maiores dimensões. No entanto, a recepção por parte do público não foi a esperada e, tal como aconteceu com o LG KV3600, este modelo não transitou para o mercado internacional.

  • Sony Ericsson Xperia Play (2011)

Começou por ser conhecido como “PSP Phone” ou “Playstation Phone”, na altura em que múltiplos rumores circulavam antes da revelação oficial durante o Mobile World Congress. O Xperia Play da Sony Ericsson chegou ao mercado em 2011 e o SAPO TEK teve a oportunidade de o experimentar.

O smartphone combinava o sistema operativo Android com as características de uma consola portátil PlayStation. Com um design deslizante, o modelo contava com uma espécie de comando no painel por baixo do ecrã, com um controlador digital, dois controladores analógicos, dois botões tipo gatilho e quatro botões de PlayStation: círculo, cruz, quadrado e triângulo.

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Com um ecrã tátil de 4 polegadas, o Xperia Play estava equipado com um processador Snapdragon de 1 GHz, optimizado pela Qualcomm com uma GPU Adreno integrada. Havia espaço também para uma câmara de 5 MP e um sistema de gestão de energia optimizado.

Na altura em que começou a ser vendido, o smartphone trazia seis jogos instalados: FIFA 2010, Star Battalion, Bruce Lee, Tetris, SIMS 3 e Crash Bandicoot. Os utilizadores podiam descarregar mais títulos através de uma plataforma online.

  • Acer Predator 6 (2015)

O Acer Predator 6 foi uma das novidades apresentadas pela fabricante na edição de 2015 da IFA. Com um design semelhante ao do tablet Prestador 8, o smartphone prometia especificações “poderosas” para a época, entre um processador MediaTek deca-core, motores duplos de feedback háptico e 4 GB de RAM.

O modelo da Acer prometia ainda um ecrã HD de 6 polegadas e uma câmara traseira de 21 MP. Com um lançamento previsto para 2016, o Acer Predator 6 despertou a atenção dos fãs de gaming, mas o smartphone acabou por não chegar ao mercado, com o “silêncio” da Acer a deixar claro que a marca tinha outras prioridades em mente.

  • Razer Phone (2017)

Um smartphone desenvolvido por gamers para gamers: o Razer Phone chegou em 2017 . O equipamento contava com processador Snapdragon 835, 8GB de RAM, 64GB de armazenamento interno expansível via microSD, uma bateria de 4.000 mAh, dois altifalantes stereo e uma dupla câmara traseira de 12MP.

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O ecrã de 5,7 polegadas do Razer Phone também era adaptado às exigências dos jogos, sendo dos primeiros a contar com uma taxa de atualização de 120 Hz, além de tecnologia UltraMotion.

Em 2018, a Razer lançou a segunda versão do seu smartphone de gaming, no entanto, a concorrência já era elevada, com a chegada da Asus e da Black Shark ao mercado. Em 2019 a empresa anunciou despedimentos na sua divisão de smartphones, assim como o cancelamento de vários projetos e acredita-se que o Razer Phone 3 seria um deles.

  • Xiaomi Black Shark (2018)

O primeiro smartphone de gaming da Black Shark, que é uma subsidiária da Xiaomi, foi lançado em 2018. O equipamento incluia um processador Snapdragon 845, 8GB de RAM, bateria de 4.000mAh, além de um sistema de arrefecimento líquido para estabilizar a temperatura durante as sessões de jogos mais intensas.

Com um design marcado por tons de verde florescente e cinzento escuro e um controlador que podia ser acoplado ao equipamento, o smartphone dispunha de um ecrã HD+ de 5.99 polegadas, com 550 nits de brilho e resolução de 2160 x 1080.

Com o passar do tempo a Black Shark continuou a lançar novos smartphones, que figuraram frequentemente nas listas de equipamentos mais “poderosos” da AnTuTu, à semelhança de outros modelos de gaming. Apesar dos rumores que circulam online, e que indicam que enfrenta dificuldades financeiras, espera-se que a linha Black Shark 6 seja lançada ainda este ano.

  • Asus ROG Phone (2018)

Em 2018 a Asus lançou também o seu primeiro smartphone de gaming. O Asus ROG Phone chegou com um processador Snapdragon 845, 8GB de RAM, bateria de 4.000mAh, um ecrã AMOLED FHD+ de 6 polegadas com suporte para HDR, dois altifalantes frontais de alta definição e suporte para experiências surround com auriculares.

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O smartphone contava também com uma dock para PC, que o vai deixar levar os seus jogos móveis para o computador, e um sistema de arrefecimento dedicado para manter a temperatura do equipamento.

A Asus continua a apostar no segmento dos smartphones de gaming e, ainda hoje, apresentou o ROG Phone 7, que se apresenta como uma versão melhorada do modelo lançado no ano passado, com tecnologia que promete melhorar o desempenho e com um toque “radical” para apelar aos gamers.

  • Nubia Red Magic (2018)

2018 foi um ano “em cheio” para o mercado dos smartphones de gaming e, além da Black Shark e da Asus, a Nubia, que começou como uma subsidiária da ZTE, lançou o seu primeiro modelo Red Magic.

Com um design marcado por um LED colorido na traseira, o modelo tinha um processador Snapdragon 835, 8GB de RAM, um sistema de arrefecimento avançado e áudio DAC de alta qualidade. O ecrã HD+ de 120Hz dispunha de uma resolução de 2160 x 1080, suportando tecnologia que ajustava o contraste e elementos visuais apresentados.

Tal como a Asus e a Black Shark, a Nubia continua ativa no mercado. No final do ano passado, a marca lançou a família Red Magic 8, com um modelo Pro “alimentado” pelo processador Snapdragon 8 Gen 2.

  • Legion Phone Duel (2020)

Depois de vários rumores, a Lenovo apresentou o seu primeiro smartphone de gaming em 2020. No seu interior, o Legion Phone Duel tinha um processador Snapdragon 865 Plus 5G da Qualcomm, suportando até 16 GB de RAM e armazenamento interno de 512 GB.

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Em destaque estava também um ecrã AMOLED de 6,65 polegadas, com resoluções até 2340x1080, e uma taxa de atualização de 144 Hz e touch sampling rate de 250 Hz. O equipamento tinha ainda duas baterias de 2.500 mAh, colocadas nas extremidades, somando uma capacidade de 5.000 mAh.

Apesar de ter lançado outros modelos, como o Legion Phone Duel 2, a Lenovo anunciou recentemente que vai abandonar a sua linha de smartphones de gaming.

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