A Black Friday chega hoje “em força”. A tradição importada dos Estados Unidos virou moda um pouco por todo o mundo, trazendo descontos e promoções para escoar produtos e preparar a época de Natal e Portugal não é uma exceção nesta tendência. Ao longo desta semana, o SAPO TEK esteve a percorrer as lojas em busca das melhores ofertas e viramos as nossas atenções para os equipamentos mais procurados neste ano.
Apesar das preocupações com a crise de escassez de componentes, espera-se um crescimento no mercado de bens de consumo tecnológicos, reforçado pelas vendas da Black Friday. Além disso, de acordo com dados de um estudo da DECO Proteste, seis em cada 10 portugueses têm intenções de fazer compras durante esta época e devem gastar, em média, 222 euros.
A tecnologia é certamente uma das áreas preferidas pelos consumidores nesta época, com muitos a aproveitarem para encontrarem aquele equipamento que procuravam há já algum tempo a um preço mais “em conta”, ou para prepararem as prendas para o Natal. Mas quais são os produtos mais procurados?
Os dados partilhados pela KuantoKusta, que dá a conhecer quais são os produtos mais pesquisados no comparador de preços desde o dia 1 de novembro, permitem perceber algumas das tendências da Black Friday deste ano.
O seu “pódio” é liderado por um equipamento apropriado para a época mais fria, o aquecedor Inteligente Elétrico Mi Smart Space Heater S da Xiaomi. Já o segundo lugar é ocupado pela Nintendo Switch e no terceiro, “saltamos” do mundo das consolas para o dos smartphones, com o Poco X3 Pro.
Clique nas imagens para descobrir os 25 produtos mais procurados no KuantoKusta
Olhando para o Top de 25 produtos mais procurados é possível verificar que os smartphones têm um “peso” considerável, incluindo equipamentos da Samsung, com o Galaxy A52 e o Galaxy S21 5G; da Apple, com os novos iPhone 13 e iPhone 13 Pro; e Xiaomi, com o Redmi Note 10 Pro.
À semelhança dos smartphones, consolas de videojogos são uma das tendências desta Black Friday, com a nova Nintendo Switch OLED, PlayStation 5 e Xbox Series X. Ainda no universo dos videojogos encontramos o FIFA 22 para a PlayStation 4 e o volante G29 Driving Force da Logitech.
As TVs também marcam a lista dos produtos mais procurados, incluindo propostas da Xiaomi e LG, assim como wearables, com os AirPods Pro da Apple e a pulseira de fitness Mi Band 6, e eletrodomésticos, sobretudo equipamentos de aquecimento e de secagem de roupa.
Espelhando o ranking compilado pela KuantoKusta, as marcas que o SAPO TEK contactou indicam que a grande aposta dos consumidores está nos produtos tecnológicos de maior valor, sobretudo artigos topo de gama, com descontos mais “apetecíveis”, com uma boa relação qualidade-preço, sem esquecer computadores, sejam eles portáteis ou desktop, monitores e periféricos. A Amazon destaca igualmente os equipamentos que contam com a sua assistente inteligente Alexa, como as versões internacionais das colunas inteligentes Echo e Echo Dot.
Do lado das operadoras, a oferta vai além das telecomunicações, como realçam a MEO, a Vodafone e a NOS, como forma de adaptação às preferências de procura dos consumidores, se bem que os smartphones, incluindo gamas médias e premium, assim como aqueles que já estão preparados para a chegada do 5G, se destaquem.
Mesmo assim, há novas tendências relevantes. Por exemplo, Nelson Arrifes, Head of Marketing da PCDIGA, destaca os “produtos para a construção de uma Smart Home”, entre “aspiradores inteligentes, sensores, lâmpadas”.
Já Ricardo Amaral, Diretor do Universo de Equipamento Tecnológico da Auchan Retail Portugal, detalha que “estão a surgir algumas novas tendências como aspiradores-robot, mobilidade urbana elétrica e robots de cozinha”, que facilitem e simplifiquem a tarefa de cozinhar.
Haverá neste ano uma maior preferência pelas compras online? Os canais digitais continuam a ter a sua importância, tal como realça Luísa Furtado Jervell, Diretora de Oferta e Segmentação da NOS. "Os desafios colocados à sociedade nos últimos dois anos obrigaram os operadores e os clientes a adaptarem-se a uma nova realidade, provocando uma aceleração global do comércio online e da digitalização dos serviços, um comportamento que persistirá, quer na compra de equipamentos, quer na entrega de serviço ao cliente".
Por outro lado, as marcas enfatizam que os estabelecimentos físicos ganham um novo destaque neste ano, com as compras em loja a se afirmarem como a preferência dos consumidores.
Além do nível mais baixo de restrições ao movimento face a 2020, o contacto mais próximo dos produtos, as maiores possibilidades de interação e experimentação, o esclarecimento de dúvidas e o apoio personalizado são os motivos apontados por marcas como principais motivos que levam os consumidores a optar pela ida às lojas físicas.
Por outro lado, para atender às necessidades dos diferentes perfis de consumidores, há também espaço para opções de compra mais “híbridas” e que permitem levantar os produtos após a compra online, sendo vistas, por exemplo, pela MEO como uma modalidade cuja utilização é “cada vez mais expressiva”.
Que expetativas têm as marcas para a Black Friday?
Para as marcas, a Black Friday é uma época de grande expetativa e, além de previsões positivas, espera-se ainda “algum retorno à normalidade”, como explica Pedro Falé, Diretor Comercial da FNAC Portugal, em particular no que toca à confiança dos consumidores para visitarem as lojas.
A preocupação de assegurar que as lojas estão preparadas para receber mais pessoas com segurança, evitando aglomerações, são igualmente salientadas pela MediaMarkt, com Francisco Teixeira, Head of Category Management na MediaMarkt Iberica, a indicar que a campanha da marca terá uma duração mais alargada, assim como o período de devoluções: uma medida destacada também pela Vodafone.
A expetativa de regresso “aos números de 2019, depois de um ano de 2020 atípico” é sublinhada por Ricardo Amaral, da Auchan Retail Portugal. Já para a PCDIGA, Nelson Arrifes, indica que se espera “um crescimento entre 10% a 15% face ao Black Friday do ano anterior”.
“Uma vez que nos encontramos na Black Friday e também, numa altura próxima do Natal, que são períodos do ano em que a procura por determinados artigos tecnológicos aumenta consideravelmente, é natural que parte dos consumidores sinta algum receio em não encontrar os produtos desejados e em tempo útil”, afirma Pedro Falé da FNAC Portugal. O responsável lembra que “as possíveis faltas de stock ou atrasos nas entregas serão limitações no mercado em geral, pelo que não temos como objetivo criar expectativas” aos clientes, “sob a possibilidade de as defraudar”.
Embora nem todas sintam para já que a crise de escassez de componentes tenha causado mudanças significativas no comportamento dos seus clientes, as marcas estão conscientes dos problemas que a situação pode causar e afirmam estar prontas a fazer face aos desafios, tomando medidas para minimizar os riscos.
A transparência é uma prioridade e, apesar da Black Friday ter sido preparada de modo a não afetar o abastecimento dos produtos apresentados em desconto ou promoção, marcas como a PCDIGA admitem que podem existir situações em que os produtos se esgotem mais rapidamente devido a uma forte procura, indicando que estão prontas para tomar as medidas necessárias para que não existam atrasos, ou, para oferecer alternativas, como realça a MediaMarkt.
Recorde-se que, a pensar em quem está em busca de promoções e descontos para aproveitar nesta época, o SAPO TEK compilou algumas das melhores ofertas, entre smartphones, wearables, monitores e televisores, assim como computadores portáteis e produtos em segunda mão. E porque entre a “loucura” da Black Friday também se escondem ameaças, relembramos alguns conselhos que não deve descurar nesta época. Saiba tudo no nosso dossier especial.
Nota de redação: Foi feita uma correção aos produtos mais populares apontados pela Amazon. (Última atualização: 13h07)
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