A Solar Orbiter, a sonda da ESA e NASA que partiu para o Espaço em fevereiro do ano passado, continua na sua missão de descoberta dos mistérios do Sol. No mês em que assinalou o seu primeiro ano de missão, a Solar Orbiter conseguiu captar pela primeira vez duas ejeções de massa coronal (CME na sigla em inglês).
De acordo com a ESA, as CME, vistas como grandes erupções de gás a altas temperaturas na atmosfera exterior, ou coroa, do Sol, são um fenómeno importante no que toca ao clima espacial. Por um lado, as partículas geradas pelas explosões podem causar auroras em planetas com atmosferas, como a Terra, mas também causar interferências eletromagnéticas.
As partículas das explosões solares podem afetar o clima da Terra e causar disrupções na tecnologia e sistemas de comunicações usados no nosso planeta. Além disso, as previsões do clima espacial também são consideradas críticas para apoiar as missões ao Espaço, sendo determinantes para entender e mitigar a exposição dos astronautas, assim como de sondas e outros equipamentos à radiação espacial.
A ESA explica que, a 10 de fevereiro, a sonda se encontrava a 77 milhões de quilómetros do Sol, o equivalente a metade da distância entre a Terra e o astro-rei. À medida que passava “por trás” do Sol, os instrumentos Ultraviolet Imager (EUI), Heliospheric Imager (SoloHI) e pelo coronógrafo Meti captaram as explosões solares.
A agência descreve o momento como uma “coincidência feliz”. Recorde-se que a energia do Sol tem um impacto significativo nas comunicações entre a Solar Orbiter e a Terra, tanto que, neste momento de maior proximidade do Sol, os cientistas não estavam à espera de conseguir captar este tipo de dados.
Clique nas imagens para descobrir mais detalhes sobre as imagens captadas pela Solar Orbiter
Além da Solar Orbiter, o Solar Terrestrial Relations Observatory (STEREO-A) da NASA, assim como o satélite PROBA-2 e o Solar and Heliospheric Observatory (SOHO) também conseguiram captar o mesmo fenómeno das ejeções de massa coronal.
À medida que a Solar Orbiter continua a sua viagem de exploração, a equipa da sonda vai continuar empenhada a preparar os próximos momentos importantes da missão, que incluem uma passagem por Vénus em agosto e uma pela Terra em novembro.
Em junho do ano passado, a sonda fez a sua primeira aproximação a cerca de 77 milhões de quilómetros de distância do Sol. No mês seguinte, chegaram à Terra as primeiras imagens captadas pela missão, que revelaram fenómenos que antes não eram visíveis em detalhe aos cientistas, como a presença “fogueiras” ou mini explosões solares omnipresentes.
No final de 2020, a sonda fez a primeira de muitas passagens por Vénus. Na sua maior aproximação, chegou a estar a uma distância de 7.500 quilómetros do planeta. Já em janeiro de 2021, a ESA revelou um vídeo captado pela câmara Heliospheric Imager (SoloHI) da sonda em novembro, que mostra Vénus, Terra e Marte, sob uma paisagem espacial repleta de estrelas.
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