O Observatório SKA (SKAO na sigla em inglês) está à procura de empresas, universidades ou centros de investigação portugueses interessados em desenvolver software e soluções informáticas que garantam a implementação das duas maiores e mais complexas redes de radiotelescópios alguma vez construídas.

Em causa está a participação no desenvolvimento de serviços e infraestruturas que sirvam de base a todo o software que garantirá o funcionamento do Observatório, incluindo serviços de análise, conceção, construção, codificação, testes, verificação, validação, implementação, lançamento, manutenção, depuração e documentação de software e sistemas informáticos, entre outros, refere a Portugal Space, que divulga o concurso.

Os interessados devem registar-se no Portal de Fornecedores do SKAO e, se o fizerem até 10 de setembro, poderão participar na sessão de esclarecimentos marcada para três dias depois, em que serão dados detalhes sobre o projeto e será possível clarificar todas as dúvidas. O prazo limite para a apresentação das candidaturas é dia 17 de setembro.

O processo de seleção visa a escolha de um ou mais fornecedores que assegurem o provisionamento de serviços desde dezembro de 2021 até ao fim do processo de construção e instalação das antenas, que ocuparão um milhão de metros quadrados de superfície para a recolha de dados, em julho de 2029.

Durante a fase de pré-construção a participação portuguesa esteve representada pelo ENGAGE SKA Portugal (Enabling Green E-Science for the Square Kilometre Array), uma infraestrutura nacional de investigação radio-astronómica apoiada pelo Roteiro Nacional Português para Infraestruturas de Investigação (RNIE) com um papel relevante na fase de definição do Observatório SKA e do contributo nacional ao projeto.

Com o arranque da construção do SKA, pretende-se que a seleção de fornecedores de software seja feita de forma competitiva estando por isso aberto a todas as empresas privadas, universidades ou centros de investigação portugueses que trabalhem neste segmento de negócio.

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De acordo com o SKAO, é possível que possam vir a estar disponíveis outras tarefas à medida que a estrutura evolui, mas estas são as áreas em que Portugal manifestou interesse em participar, nomeadamente o desenvolvimento e apoio dos serviços e infraestruturas da plataforma que sustenta todo o software de aplicação SKA, incluindo a gestão do observatório (Observatory Management and Control – OMC), e da gestão e processamento dos dados científicos (Scientific Data Handling and Processing – SDHP), entre outros.

Portugal é um dos sete países fundadores do SKAO cuja primeira missão é construir os dois maiores radiotelescópios do mundo com sensibilidade, resolução angular e velocidade de levantamento muito superiores aos instrumentos atuais.

Os dois telescópios ficarão instalados na África do Sul e na Austrália, sendo o primeiro composto por 133 antenas orientáveis de 15 metros de diâmetro, e tendo o segundo 131.072 antenas periódicas de registo fixo. Ambos terão que ter a capacidade de processar volumes de dados que irão até vários Tbits/seg.