Já arrancou oficialmente o projeto BERTHA e conta com uma participação portuguesa entre os 14 parceiros de seis países que formam o consórcio, a consultora FI Group.
Inscrita no programa Horizonte Europa, a iniciativa o recebeu 7,9 milhões de euros da Comissão Europeia para desenvolver um Modelo Comportamental do Condutor (DBM) que pode ser utilizado em veículos autónomos para os tornar mais seguros e com um funcionamento mais parecido com a condução humana.
O sistema resultante estará disponível num HUB de código aberto para validar a sua viabilidade e também vai ser implementado no CARLA, um simulador de condução autónoma de código aberto, explica-se em comunicado.
O consórcio BERTHA é formado por 14 parceiros de seis países diferentes, coordenados pelo Instituto de Biomecânica de Valência (IBV). A consultora FI Group lidera a comunicação, disseminação e exploração do projeto. Também esteve envolvido “no desenvolvimento da abordagem, na redação e na apresentação da proposta a um concurso do Horizonte Europa, que resultou na atribuição da subvenção pela Comissão Europeia”, sublinha.
A indústria da Mobilidade Conectada, Cooperativa e Automatizada (CCAM) apresenta oportunidades importantes para a União Europeia, mas a sua implementação requer novas ferramentas que permitam a conceção e a análise de componentes de veículos autónomos, juntamente com a sua validação digital, e uma linguagem comum entre os operadores e os fabricantes de equipamentos.
Uma das lacunas resulta da falta de um Modelo Comportamental do Condutor validado e cientificamente fundamentado que contemple os aspetos do desempenho humano na condução, e que permita compreender e testar a interação dos veículos autónomos conectados - os chamados CAV - com outros automóveis de uma forma mais segura e previsível do ponto de vista humano.
"Um Modelo Comportamental do Condutor pode garantir a validação digital dos componentes dos veículos autónomos e, se incorporado no software das UCE, pode produzir uma resposta mais próxima da humana nesses veículos, aumentando assim a sua aceitação", refere-se no comunicado.
O novo DBM será implementado num HUB de código aberto, um repositório que permitirá a validação industrial da sua viabilidade tecnológica e prática, e a posterior abordagem para a escalabilidade mundial do modelo.
Será traduzido para o CARLA, um simulador de código aberto para
investigação em condução autónoma. A sua implementação utilizará diversas demos que permitem a construção de novos modelos de condução no simulador.
O projeto BERTHA vai desenvolver uma metodologia que, graças ao HUB, será partilhada com a comunidade científica para facilitar o seu crescimento. Além disso, os resultados do projeto incluirão um conjunto de demonstradores relacionados entre si para mostrar a abordagem DBM como uma referência para projetar um comportamento semelhante ao humano, facilmente previsível e aceitável de funções de condução automatizada em cenários de tráfego misto.
A primeira reunião do projeto aconteceu entre 22 e 24 de novembro, acolhida pelo coordenador do projeto, o IBV, nos seus escritórios em Valência, Espanha. Durante o evento, todos os parceiros se conheceram, partilharam as suas experiências técnicas e apresentaram as suas previsões de contribuição para o projeto.
Posteriormente, foram organizados alguns workshops colaborativos para trocar ideias sobre o Modelo Comportamental do Condutor, o HUB de dados, o simulador de Veículo Autónomo Humano baseado no CARLA e os casos de utilização previstos.
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