Eram vistas há pouco mais de uma década como apenas como uma novidade e até encaradas por alguns como algo estranho, as redes sociais passaram a ser quase ubíquas. Hoje são poucas as pessoas que conseguem imaginar as suas vidas sem as redes sociais, em particular, numa época como a da pandemia de COVID-19, onde a comunicação cara-a-cara se viu significativamente impactada, e no Dia Mundial das Redes Sociais vale a pena olhar para os pontos positivos e negativos.
Dados recentes da DataReportal demonstram que grande parte da atividade online é feita nas redes sociais. Em abril deste ano, o número de utilizadores das plataformas era de 4,33 mil milhões, mais de 55% de toda a população no mundo, e o crescimento estava acima de 1,4 milhões de novos utilizadores por dia.
“Cerca de 9 em 10 utilizadores de Internet usam redes sociais todos os meses, e seis plataformas reclamam ter mais de 1 mil milhões de utilizadores ativos mensalmente", revelam os dados. No que toca à utilização média, esta situa-se nas 2 horas e 22 minutos por dia, correspondendo a 10 mil milhões de horas de utilização das redes sociais todos os dias.
Olhando para o número de utilizadores, novos dados da Statista dão a conhecer que o Facebook é quem lidera o ranking, com mais de 2,79 mil milhões de utilizadores mensais ativos. Segue-se o YouTube, com mais de 2,29 mil milhões e a fechar o “pódio” surge mais uma plataforma da empresa liderada por Mark Zuckerberg, o WhatsApp, com 2 mil milhões.
A quarta e quinta posição do ranking são também ocupadas por plataformas da “família” Facebook: o Messenger, com 1,3 mil milhões de utilizadores mensais ativos, e o Instagram, com mais de 1,28 mil milhões. Já o TikTok surge na sétima posição, com 732 milhões, seguido pelo seu “irmão” chinês, o Douyin, com 600 milhões.
Facebook lidera em Portugal, mas perde terreno
Em Portugal, o Facebook é também a rede social mais utilizada, embora esteja a perder terreno em relação a outras plataformas, em especial, no que toca à faixa etária dos 15 aos 24 anos. Segundo novos dados da Marktest relativos a 2020, a que o Dinheiro Vivo teve acesso, 49,4% dos utilizadores afirmam que usam o Facebook com frequência.
Em 2019, a percentagem situava-se nos 51,5% e em 2018 nos 65,9%. Por contraste, em 2013, 87,9% dos utilizadores viam a rede social da empresa de Mark Zuckerberg como aquela que usavam mais frequentemente.
O Instagram e o WhatsApp ocupam o segundo e terceiro lugares do “pódio”, respetivamente. No ano passado, 22,8% dos portugueses usavam o Instagram frequentemente, um valor que registou um crescimento de 2% face a 2019. O nível de utilização do WhatsApp também cresceu em Portugal, “saltando” dos 8,9% em 2017 para os 15,5% em 2020.
Para as faixas etárias mais jovens, o Instagram é a rede social utilizada com mais frequência (57%), com apenas 16% dos inquiridos entre os 15 e os 24 anos a indicarem que usam o Facebook frequentemente. Segue-se o YouTube, com 10,3% e o WhatsApp, com 10% dos jovens a apontarem-no como uma das plataformas usadas com mais frequência.
Embora surja apenas na categoria de notoriedade, o TikTok é reconhecido por 26,8% dos utilizadores portugueses. Aqui, o Facebook volta a liderar, sendo conhecido por 99,6% dos inquiridos, seguido pelo Instagram, que é reconhecido por 87,4% dos utilizadores.
O que acontece num minuto nas redes sociais?
O mundo das redes sociais não para e os dados compilados pelos websites LOCALiQ e AllAccess mostram o que se passa em algumas das plataformas mais populares em apenas 60 segundos.
Sabia que num só minuto são publicados 510 mil comentários no Facebook, são feitos 350 mil Tweets, são partilhadas 695 mil Stories do Instagram, 694 mil vídeos são vistos no TikTok e 69 milhões de mensagens são enviadas através do Messenger e do WhatsApp? Os dados destacam também que, num minuto, são vistos 3,47 milhões de vídeos no YouTube, que são criados 3 milhões de Snaps no Snapchat.
Além dos 510 mil comentários feitos no Facebook a cada minuto, estima-se que 293 mil estados sejam atualizados, que 240 fotos sejam publicadas, que 9 milhões de mensagens sejam enviadas e que 1,4 milhões de “scrolls” sejam realizados no mesmo período de tempo.
Já no Instagram, o número de fotos e vídeos partilhados todos os dias situa-se nos 95 milhões, o que corresponde a uma partilha de mais de 65 mil conteúdos a cada minuto. Estima-se ainda que, a cada 60 segundos, 1,4 mil utilizadores cliquem em publicações patrocinadas.
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Há mais vida além da comunicação, mas nem tudo são "rosas"
Nas redes sociais há mais vida além da mera comunicação entre membros. Com o passar do tempo, as plataformas foram diversificando o tipo de serviços que disponibilizam, entrando em áreas como o ecommerce, veja-se o caso do Facebook, do Instagram ou do TikTok.
Ainda na área dos negócios e do marketing, as plataformas têm aproveitado a crescente tendência dos influencers, que ajudaram a criar, permitindo apostar em novas formas de publicidade e de venda de produtos. De acordo com um recente estudo da agência de marketing SocialPubli, desenvolvido junto de utilizadores da América Latina, Estados Unidos, União Europeia (incluindo Portugal), Reino Unido e Canadá, o marketing de influência está a ganhar um lugar de destaque no TikTok.
Para lá do comércio online, as redes sociais têm vindo a aderir a uma série de “modas” lançadas por outras plataformas. Por exemplo, o formato de vídeos curtos popularizado pelo TikTok chegou rapidamente ao Instagram, com o Reels, e até o YouTube não ficou indiferente, com a sua própria versão chamada Shorts.
Depois do formato de vídeos curtos, o streaming de áudio passou a ser a nova tendência, graças à Clubhouse, que, em fevereiro deste ano, registou uma “explosão” de 9,6 milhões de downloads e tanto o Facebook, como o Twitter, o Instagram e o Telegram desenvolveram as suas próprias versões para darem voz aos criadores.
A partilha de notícias nas redes sociais tornou-se uma prática comum nos últimos anos, tal como sublinha o Digital News Report 2021 da Reuters. Porém, o estudo sublinha que, embora a tendência possa assumir uma “forma benigna”, pode também resultar em práticas com efeitos mais nocivos.
Entre os efeitos nocivos destaca-se a desinformação online, que, com a pandemia de COVID-19, se tornou num dos "alvos" de múltiplas instituições governamentais, incluindo da Comissão Europeia. " Olhando para o panorama nacional, o mesmo estudo indica que no digital, o Facebook "é a fonte que mais preocupa os portugueses – 37,9%", enquanto os websites ou aplicações de notícias preocupam 16,8% dos inquiridos e as apps de mensagens, como o WhatsApp ou o Messenger do Facebook, são fonte de preocupação para apenas 13,6% dos inquiridos.
"De forma agregada, observa-se que cerca de metade dos portugueses estão preocupados com desinformação relacionada com a pandemia nas redes sociais, sendo que aproximadamente seis em cada 10 preocupam-se com conteúdos parcial ou totalmente falsos com origem em redes sociais e apps de mensagens", detalha o estudo.
A utilização excessiva das redes sociais é também uma preocupação. É certo que, com o confinamento devido à pandemia, o tempo passado nas redes sociais aumentou, porém, a prática pode ter sérias consequências para a saúde mental dos internautas, em particular dos mais jovens.
Tal como explicou Sofia Rasgado, coordenadora do Centro Internet Segura, ao SAPO TEK durante o Dia da Internet Mais Segura, “existe evidência científica anterior à pandemia que estabelece uma relação entre o uso excessivo das redes sociais por adolescentes e um menor bem-estar psicológico, como depressão, comportamentos de risco e distúrbios da imagem corporal.”,
Moderação é palavra de ordem no respeita a redes sociais, seja para miúdos como para graúdos. Mas, se já está farto de ter a sua vida “consumida” pelas plataformas digitais, porque não apostar num digital detox e aprovetar para “reconectar-se” consigo no mundo offline?
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