Embora se tenha tornado numa das plataformas de comunicação online mais populares em tempos de pandemia, a Zoom tem vindo a enfrentar uma série de problemas de segurança. Perante os crescentes ataques de “Zoombombing” e a descoberta de que a aplicação estaria a partilhar informações com o Facebook e até com centros de dados na China, Michael Drieu, um dos acionistas da Zoom, decidiu processar a empresa.

Numa queixa realizada no Tribunal Federal de São Francisco, Michael Drieu acusa a Zoom de estar a esconder informação acerca das falhas de segurança da plataforma, avança a Reuters. O acionista afirma que a controvérsia teve um impacto negativo na cotação da empresa na bolsa.

A 23 de março, as ações da empresa na bolsa de valores nova-iorquina registaram um aumento de 135%, fechando a 159,56 dólares cada. Contudo, logo no dia seguinte, a cotação da Zoom começou a descer, e, no fecho da bolsa a 7 de abril, o valor das suas ações rondava os 113,75 dólares.

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Em entrevista à CNN, Eric Yuan, CEO da Zoom recém-admitido na mais recente lista de bilionários da Forbes, admitiu que a empresa teve alguns “percalços”, indicando que a Zoom foi inicialmente concebida para organizações e empresas. “Devido à crise da COVID-19 avançamos demasiado depressa”, afirmou o responsável. No início de abril, o CEO deixou no blog oficial da empresa um pedido de desculpas aos utilizadores.

Recorde-se que o Estado de Nova Iorque decidiu banir o uso da plataforma de videoconferências devido a várias queixas de problemas em relação a questões de segurança e privacidade durante o processo de registo.

O próprio FBI alertou para os perigos de cibersegurança ligados a serviços de comunicação como a Zoom, com diversas queixas de conferências a serem interrompidas por mensagens pornográficas ou com ameaças. Em março, a plataforma foi acusada de partilhar dados analíticos com o Facebook mesmo quando os utilizadores não tinham uma conta na rede social.