Como qualificar os jovens para colmatar a escassez de mão de obra qualificada, sobretudo em tecnologia, e o que é que as organizações têm de mudar para atrair e reter o capital humano necessário para que possam avançar nos seus processos de transformação digital?
O número de especialistas em Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) na União Europeia tem vindo a crescer e, em 2021, quase que alcançou a marca dos nove milhões, apontam dados do Eurostat. No entanto, as empresas a continuam a ter dificuldade em preencher as vagas para esta área.
Como defende Pedro Marcelino, cofundador e CEO da TreeTree 2, atualmente, há muitas iniciativas que têm como objetivo atrair os jovens para carreiras na tecnologia, mas “não está a ser feito o suficiente”. Para lá das atividades de divulgação, que dão a conhecer aos jovens as possibilidades do mundo tecnológico e existem em maior quantidade, as de desenvolvimento são mais escassas.
“O que acontece depois dessas atividades de divulgação? Normalmente nada e esse é o problema”, realça. “Os jovens têm uma ação que é pontual, finita no tempo, e que depois desaparece. Não há uma sequência”.
Pedro Marcelino sublinha a necessidade de ações de desenvolvimento, contínuas no tempo, e que dão aos jovens a oportunidade de progredirem, explorarem e aprofundarem a sua “curiosidade natural pela tecnologia”, assim como as suas capacidades.
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Olhando para o panorama da requalificação, a pandemia levou a que pessoas de setores mais afetados pela crise, como turismo, restauração, ou retalho, ficassem sem emprego. Para muitos este foi um momento para apostar na reconversão das suas carreiras para a tecnologia, através de cursos intensivos, mas também de programas como o UPskill.
Manuel Garcia, coordenador nacional da iniciativa, afirma que o programa, que junta APDC, Estado, empresas e Academia, foi feito para “desafiar a sociedade”, sobretudo desempregados ou pessoas em situação de subemprego, a requalificar-se para trabalhar no setor das TIC.
“Aqui, o grande desafio para as pessoas e sociedade é este: não tenham medo de se requalificar, porque há oportunidades de emprego”, enfatiza. “O UPskill não é uma atividade de formação é uma mudança de vida”.
Os desafios na atração e retenção de talento
“As empresas nacionais encontram-se confrontadas com um grande desafio: o «lago» aumentou”, começa por explicar Hugo Bernardes, Managing Partner na The Key Talent. “O talento nacional olha para as oportunidades de um ponto de vista global e há que cuidar das pessoas de uma outra forma e, acima de tudo, ser muito ágil no desenvolvimento das novas propostas de valor para elas”.
O responsável detalha que, neste sentido, “a gestão de pessoas tem de mudar”. Durante a pandemia de COVID-19 foi possível assistir a uma aceleração na transição digital das empresas, mas as mudanças não se aplicaram necessariamente aos seus processos de gestão de pessoas, sendo esta uma questão onde a “liderança também vai ter um papel fundamental”.
“Cada vez mais os temas do work-life balance, ao propósito, à sustentabilidade dentro daquilo que é a finalidade da organização são absolutamente fundamentais para a tomada de decisão”, indica Hugo Bernardes, acrescentando que o mesmo se passa com a forma como as empresas tratam os seus futuros colaboradores.
Pedro Marcelino afirma que é preciso ter em consideração que “os jovens já não estão tão predispostos para o trabalho mais convencional”. Para as empresas torna-se mais difícil competir com “unicórnios”, onde há um ambiente “muito mais livre, que permite que a pessoa se expresse de outra forma e tenha outra autonomia”.
Há, no entanto, uma oportunidade para as grandes empresas se adaptarem e irem ao encontro dos desejos dos jovens que, nas palavras do cofundador e CEO da TreeTree2 fazem parte de uma “geração que se move muito pelo propósito”.
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