De acordo com os dados do novo estudo da Strand Partners, encomendado pela Amazon Web Services (AWS), 70% das empresas que recorrem à IA referem um aumento das receitas e da produtividade. Note-se, no entanto, que a utilização de IA, assim como de outras tecnologias digitais, está mais concentrada nas empresas de maiores dimensões (45% versus 32% das PME).
64% das empresas portuguesas consideram que a IA vai transformar completamente, ou em grande parte, os seus setores. Além disso, 77% das organizações acreditam que as tecnologias digitais desempenham um papel importante, ou mesmo essencial, na concretização das suas metas de crescimento para os próximos cinco anos.
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No último ano, as empresas portuguesas aumentaram os seus investimentos em tecnologias digitais para 61%, um valor que fica acima da média europeia (51%). A adoção da Cloud entre as organizações cresceu para 27% em 2023, com 81% das empresas a afirmarem que já ouviram falar na tecnologia.
Mas, para que Portugal possa tirar partido de todo o potencial da IA, o estudo indica que é necessário centrar as atenções em três questões críticas: criar um ambiente favorável à inovação; colmatar o défice de competências digitais no país; e garantir que as empresas de todas as dimensões têm acesso às tecnologias mais recentes.
71% das empresas afirmam que as dificuldades em contratar recursos humanos com boas competências digitais estão a atrasar o seu crescimento. Por contraste, a média europeia é de 44%. Para 74% das organizações, as competências digitais podem ultrapassar as qualificações universitárias tradicionais em termos de importância para a maioria das funções em apenas cinco anos.
Além das empresas, 34% dos cidadãos portugueses em idade ativa consideram que a sua falta de competências digitais é um obstáculo às novas oportunidades de emprego.
De acordo com as metas da Década Digital, a Comissão Europeia quer que, pelo menos, 20 milhões de pessoas estejam a trabalhar como especialistas em TIC até 2030. Resolver a lacuna de competências é fundamental para a democratização eficaz da tecnologia de IA em toda a Europa, afirma o estudo.
Apesar das preocupações, 55% dos portugueses acreditam que a IA vai criar mais oportunidades do que riscos no que diz respeito à segurança dos seus empregos e ao futuro do trabalho.
72% preveem também que a IA vai transformar a educação nos próximos cinco anos e 60% acreditam que a tecnologia será importante para enfrentar grandes desafios da sociedade.
IA: uma oportunidade de crescimento de 600 mil milhões para a Europa
No panorama europeu, o estudo detalha que, no ano passado, 33% das empresas adotaram IA, num crescimento de 32% desde 2022. Caso se mantenha este ritmo, tal poderá representar uma contribuição adicional de 600 mil milhões de euros para a economia europeia até 2030.
Ao concretizar-se, esta contribuição faria com que o impacto económico total da adoção de tecnologias na Europa chegasse à marca dos 3,4 biliões de euros até 2030.
75% das empresas europeias que usam IA registaram aumentos tanto na produtividade como nas receitas. Porém, a utilização de IA e de outras tecnologias digitais é mais expressiva nas organizações de maiores dimensões em comparação com as PME (51% versus 31%).
As PME registam maiores dificuldades na adoção de IA, em particular no que toca a encontrar talento qualificado, no que respeita a preocupações com regulamentação e aos custos de implementação.
61% das empresas europeias afirmam que a lacuna nas competências digitais tem impacto no seu desempenho. Deste conjunto, 26% indica que esta situação impediu-as de implementar IA.
A par da lacuna das competências digitais, 21% das empresas europeias admitem que preocupações com o cumprimento regulamentar e incertezas legais são uma barreira significativa à adoção de tecnologias digitais.
Esta percentagem aumenta para 45% quando se olha para as empresas que já utilizam várias tecnologias de IA, indica o estudo. As empresas que expressam estas preocupações planeiam reduzir os seus investimentos tecnológicos em 48% nos próximos três anos.
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