Esta semana a Meta voltou a tribunal para avaliar o futuro do Facebook, Instagram e WhatsApp, num julgamento que pode ditar o início do fim para o império de Mark Zuckerberg. O processo poderá prolongar-se por vários meses, no entanto, nos primeiros dias já foram feitas várias revelações importantes.

Além de trazerem à luz novos pormenores acerca da estratégia da gigante tecnológica ao longo do tempo, as revelações feitas podem dar mais força às acusações feitas pela Federal Trade Commission (FTC) de que a empresa usou uma estratégia de “comprar ou enterrar” para livrar-se de rivais e de manter um monopólio ilegal.

O que já ficámos a saber nos primeiros dias do julgamento?

  • Zuckerberg admite que comprou Instagram porque era “melhor”

Quando questionado se pensava que o rápido crescimento do Instagram poderia ser destrutivo para a sua empresa (na altura, ainda Facebook) o responsável admitiu que a app tinha uma melhor câmara do que a plataforma que a tecnológica estava a tentar desenvolver, avança a Reuters. “Estávamos a fazer uma análise de desenvolvimento vs. compra”, afirmou, referindo-se ao processo de criação de uma app de câmara para o Facebook. “Pensei que o Instagram era melhor nesse aspecto e, por isso, achei que seria melhor comprá-lo”, admitiu.

  • Facebook queria “neutralizar” Instagram? 

Durante o julgamento, Daniel Matheson, advogado da FTC, apresentou uma troca de emails entre Mark Zuckerberg e David Ebersman (antigo CFO do Facebook) de 2012 acerca dos motivos que justificariam a compra de plataformas como o Instagram. Nela, David Ebersman pergunta se “neutralizar um rival” se incluiria nesses motivos, recebendo uma resposta positiva de Mark Zuckerberg.

  • Zuckerberg defende que compras melhoraram plataformas

Em resposta às acusações de que as compras do Instagram em 2012 e WhatsApp em 2014 foram feitas propositadamente para eliminar a concorrência no segmento das redes sociais, Mark Zuckerberg defendeu que as aquisições serviram para melhorar a experiência dos utilizadores e para impulsionar a inovação das plataformas.

  • Tentativas falhadas de desenvolver apps rivais

Durante o seu testemunho durante o julgamento, o CEO da Meta também reconheceu as múltiplas tentativas falhadas de desenvolver apps capazes de competir com as rivais. “Desenvolver uma nova app é difícil”, admitiu, acrescentando que na maioria das vezes em que a empresa o tentou fazer, as criações não tiveram grande adesão. “Nós tentámos desenvolver provavelmente dezenas de apps ao longo da história da empresa e a maioria não chegou a lado algum”.

  • Meta queria bloquear anúncios de apps rivais 

Outra das revelações feitas em tribunal remonta a 2013, altura em Mark Zuckerberg terá dito à sua equipa que estava a pensar em bloquear anúncios para apps rivais de mensagens, como o WeChat, Kakao Talk e Line. No julgamento, o responsável reconheceu que a empresa apenas estava preocupada, de modo geral, com a concorrência existente no segmento.

  • Compra do Snapchat estava “sobre a mesa” por 6 mil milhões

O Facebook tentou comprar o Snapchat e chegou a fazer mais do que uma proposta, mas o negócio nunca se concretizou. Durante o julgamento foi revelado que uma dessas propostas de compra assentava numa oferta de 6 mil milhões de dólares pela app rival, avança o website The Verge.