O evento começou bem ao estilo de Hollywood, com um genérico bem sugestivo, referindo diversos elementos sobre as tecnologias da empresa. Tim Cook tomou conta do palco confirmando que "hoje é dia de serviços", mostrando no dicionário que a palavra "services" tem como significado ajudar as pessoas a melhorar a sua vida.
Tim Cook fez uma estimativa de que a Apple consegue reunir hardware, software e serviços, além de todos os seus periféricos, destacando a Siri como o “melhor assistente virtual”, assim como o maps e outros serviços que a empresa já disponibiliza. A Apple Music, Books e News são também referidos como exemplos daquilo que a gigante já oferece. Mas claro que destaca a atenção ao detalhe, a facilidade de utilização, a personalização, partilha e ainda a segurança de utilização.
Apple News +
O primeiro serviço abordado é o Apple News, com uma atualização da versão que foi lançada há três anos, dando destaque aos curadores de conteúdos. Tim Cook refere o Apple News como a aplicação "número 1" na distribuição de notícias. O CEO da empresa confirma assim a introdução de revistas no seu portfólio, como a Time, a Vogue, People, National Geographic, Popular Science, Billboard, The New Yorker, Sports Ilustrated, Fortune, entre outras, naquele que foi batizado de Apple News +.
O objetivo do serviço era produzir “a melhor experiência de leitura de uma aplicação”, oferendo uma variedade de centenas de revistas para todos os temas num único pacote. A aplicação principal mantém-se gratuita, com as melhores histórias, mas ao ativar a versão News +, poderá ter acesso a um produto premium, onde as capas das revistas são animadas e dinâmicas, em que os artigos reúnem textos, imagens e infografias, e são especialmente desenhadas para uma experiência digital.
Na tab especial do serviço, poderá ter um primeiro olhar das revistas ou publicações que são recomendadas ao utilizador, em função dos seus gostos. Pode também descobrir novas edições das revistas que adicionou à lista. A acessibilidade aos conteúdos foi uma das preocupações da empresa, com as páginas a abrirem de uma forma natural e fluída. Os utilizadores podem optar por ler a revista completa, ou saltar entre artigos específicos do seu gosto.
A app terá também jornais como como Los Angeles Times, o New York Times, o Tech Crunch e outros titulos que saltam para o serviço da Apple. Ainda no que diz respeito à segurança, a Apple não deixará que os anunciantes "persigam" os utilizadores, garante o CEO da empresa.
O preço do serviço será de 9,99 dólares por mês, e estará disponível a toda a família através do Family Share, sem custos adicionais. O News + está já disponível a partir de hoje, com a oferta do primeiro mês, mas para já apenas nos Estados Unidos e Canadá.
Apple Card
Seguiu-se a Apple Pay que já conta com 10 mil milhões de transações feitas no serviço, com 70% de aceitação nos Estados Unidos, valores que sobem na Europa, e os impressionantes 99% na Austrália. Os cartões de crédito são o passo seguinte, com o objetivo de eliminar taxas, aplicações simples, mas claro, mantendo a privacidade e segurança, e por isso a Apple avança com o Apple Card.
O novo serviço oferece todas as funcionalidades do Apple Pay, mas trata-se de um cartão de crédito, em que os utilizadores não necessitam de ter no bolso. Pode ser utilizado nos mesmos locais que suportam o Apple Pay. A atualização de dados pessoais, como moradas, por exemplo, será tão fácil de mudar como “enviar uma mensagem a um amigo”.
O sistema utiliza machine learning e reconhecimento de localização, registando onde gastam o dinheiro, sejam restaurantes ou serviços. A aplicação mostra gráficos de despesas, para as pessoas terem noção de onde podem poupar. Os diferentes tipos de serviço e lojas são identificados por cores e símbolos. O Daily Cash recompensa os utilizadores com pontos, quando pagam através do sistema de pagamentos da Apple. “Trata-se de dinheiro real que será adicionado à carteira dos utilizadores e podem gastar onde quiserem”. Ou seja, os utilizadores ganham um crédito de 2% por todas as transações feitas com o serviço, e 3% se as compras forem feitas na própria loja da Apple.
Os custos de empréstimos são também seguidos e calculados pela aplicação, informando os utilizadores de quando devem pagar para evitar juros, por exemplo. O serviço não terá qualquer taxa de adesão e será completamente gratuito para os utilizadores. A Apple confirma também a parceria com a Goldman Sachs, como banco de suporte ao serviço.
A segurança e a privacidade foram mais uma vez destacadas, já que tudo aquilo que o utilizador faz com a aplicação, apenas será visível à mesma. Nada fica registado nos servidores da Apple ou qualquer dado é passado para a entidade bancária.
A Apple tem também um cartão físico que não tem número, não tem código CVV como habitual e é feito de “titanium”, para os utilizadores da “velha guarda”. Este estará disponível no verão.
Apple Arcade
A Apple chamou a atenção de que a App Store é o local onde muitos jogos de grande sucesso são lançados. Por isso, confirma-se assim um novo serviço, o Apple Arcade, com parceria com diversas editoras. Será o primeiro serviço destinado a smartphones, consolas e PC no mesmo espaço, algo que já se antecipava e que vem concorrer com o Google Stadia.
Num pequeno vídeo, diversos nomes da indústria dos videojogos falaram sobre o serviço, desde Charles Cecil da Revolution Studios a Hironobu Sakaguchi de Final Fantasy. Todos revelaram alguns projetos, enaltecendo o papel da Apple na possibilidade de expandir a criatividade dos criadores de videojogos.
A proposta da Apple é oferecer mais de uma centena de jogos, que não irão estar disponíveis em qualquer outra plataforma ou serviço de subscrição. Todos os jogos podem ser descarregados da Apple Store, e todos serão originais, seja no iPhone, iPad ou Apple TV, seja online, ou offline. A Apple promete que não haverá taxas adicionais para novos conteúdos ou a publicidade que assombra os jogos gratuitos. Mais uma vez, o serviço estará disponível a toda a família.
Entre os jogos prometidos estão versões do Frogger, Sonic, entre outros, nos mais variados géneros, das corridas, plataformas, FPS e ação. O serviço chega no final do ano, com preço a anunciar, a mais de 150 países.
Apple TV+ e Apple Channels
Segue-se a Apple TV, colocando as séries televisivas num único lugar, sejam também filmes ou eventos desportivos. A nova aplicação vai reunir centenas de conteúdos, mas os utilizadores apenas vão pagar para ver aquilo que realmente querem ver. Ou seja, programas on demand e sem publicidade, seja online ou offline com a melhor imagem possível e transmissível a toda a família.
A nova aplicação de TV permite navegar facilmente pelos programas que deseja, com o auxílio da Siri. Através de machine learning, o sistema irá recomendar aos utilizadores os melhores programas para assistir. Terá as séries organizadas, mas também os canais podem ser consultados, listando todos os programas associados. Tem ainda tabas para filmes, assim como eventos desportivos em direto a acontecer e claro, uma área dedicada aos mais jovens. A organização estende-se aos trailers e informações sobre os conteúdos.
Os novos conteúdos e funcionalidades estarão disponíveis em maio, sendo suportado também pelo Mac e também as smart TVs, com as confirmadas parcerias com a Samsung, LG, Sony e Vizio. O serviço chegara a mais de 100 países.
E o que vem a seguir? “Histórias que podem mudar o mundo” é o mote para o novo serviço TV +. Segundo a Apple, o novo serviço dará voz às grandes histórias e aos contadores de histórias. Steven Spielberg, M. Night Shyamalan, J.J. Abrams e outros cineastas e atores apareceram num vídeo, deixando no ar que a Apple vai mesmo investir em conteúdos originais.
Steven Spielberg assumiu mesmo o palco para confirmar que a sua Amblim vai recuperar a série de 1985, Amazing Stories para uma nova visão. Trata-se de histórias de antologia fantásticas. Também Steve Carrel, Jennifer Aniston e Reese Witherspoon confirmaram a série Morning Show para o TV +. Há ainda uma série original que conta histórias de emigrantes nos Estados Unidos, do Paquistão, México, Irão, e outros países, uma espécie de “Sonho Emigrante”. Também o Popas (Big Birdy) da Rua Sésamo marcou presença no palco. É o novo programa na plataforma para os mais jovens, que promete ensinar a ultrapassar problemas do seu dia-a-dia, desde andar de skate ou ajudar as crianças a aprender código de computação.
J.J. Abrams, juntamente com Sarah Bareilles subiram também ao palco para falar da sua nova série chamada "Little Voices" do escritor de "I am Sam", sobre uma artista que procura encontrar rumo para a sua carreira musical. Sara Bareilles cantou e tocou ao piano o tema da série com o mesmo nome.
O trailer final com cenas das suas séries exclusivas e a parceria com centenas de nomes de Hollywood confirmam assim os mil milhões de dólares investidos em conteúdos originais para o seu serviço. A nova aplicação da TV+ não terá publicidade e pode funcionar tanto online em streaming, como offline se optar por fazer download dos conteúdos. O TV+ será lançado no final do ano, mas não foi confirmado o preço do serviço.
A Apple deixou para o fim a cereja do topo no bolo do seu serviço de televisão. O programa com Oprah Winfrey, uma das caras mais conhecidas da televisão dos Estados Unidos… e do mundo. A apresentadora promete o “maior clube” de contadores de histórias que façam a diferença. O seu discurso foi profundo, tendo mesmo deixado Tim Cook com uma lágrima no olho. Pareceu mesmo genuíno...
Por confirmar, ficou, no entanto, o serviço de saúde e bem-estar, que não esteve no alinhamento da conferência. De resto, não houve surpresas sobre os serviços que o SAPO TEK avançou na antevisão, como pode verificar em baixo.
A antevisão
Aqui e ali, a Apple foi plantando sementes de “pequenas maçãs” que a gigante tecnológica pretende adicionar ao seu “pomar” de negócios, e nos últimos meses são muitos os rumores, leaks e até confirmações de serviços que a empresa liderada por Tim Cook quer explorar. Todas as atenções estão voltadas para Auditório Steve Jobs, no campus da empresa em Cupertino, para os anúncios do CEO da Apple.
Foi o próprio Tim Cook que terá deixado a dica de novos serviços para o novo ano, referindo que a maior contribuição da Apple para a humanidade poderá estar relacionada com a saúde. Não foi a primeira vez que se falou em funcionalidades e dispositivos relacionados com o bem-estar e saúde, como o registo de patente para o design de AirPod com sensores biométricos, ou o desenvolvimento de um chip móvel para gadgets e aplicações médicas.
Também o serviço de televisão será anunciado, até porque a Apple, durante a divulgação do evento, deixou um teasing com a mensagem “It’s Show Time”, com uma sugestão bem “escancarada”. De notar que durante a CES 2019, foram várias as fabricantes que anunciaram a compatibilidade dos seus televisores com suporte ao AirPlay 2 e as funcionalidades de HomeKit, que permitem obter conteúdos diretamente dos dispositivos iOS. As televisões da Samsung também passam a suportar o iTunes, acedendo a filmes e séries televisivas do serviço. Por vezes, ver parceiros e terceiros a tomarem uma posição e a prepararem-se para “algo”, é uma forma de antever os grandes planos de serviços e produtos. Além disso, é sabido que a Apple já investiu cerca de mil milhões de dólares em conteúdos originais para o seu serviço. Só falta saber quais.
Outra área onde a Apple poderá apontar baterias é o serviço de notícias. Os rumores apontavam para a oferta de um serviço premium com acesso a revistas e jornais num único pacote, uma espécie de Netflix para a informação. Já foram avistadas imagens do serviço na versão beta do iOS 12.2 em janeiro, sugerindo o nome de Apple News Magazines e que poderia custar cerca de 10 dólares por mês por 200 revistas de grandes publicações, incluindo a Time e a The New Yorker. O maior entrave para o lançamento do serviço terão sido as negociações para a divisão das respetivas receitas.
Por fim, e não havendo mais nenhuma surpresa, recentemente surgiram rumores de que a Apple iria também investir no gaming, dando uma resposta à proposta da Google na semana passada com o seu Stadia. Os especialistas defendem que o gaming seria a “bandeira” dos serviços de subscrição, com capacidade de atrair dezenas de milhões de assinantes nos próximos três anos.
Há ainda espaço para a introdução de um cartão de crédito virtual, utilizando o iPhone, numa parceria com a Goldman Sachs. Através da wallet app da Apple, os utilizadores podem ter acesso a ferramentas para definir objetivos de gastos, gerir as suas finanças, entre outras. Através do serviço da marca da maçã, e do crédito concedido pelo cartão, os utilizadores podem pagar compras e serviços diretamente do iPhone.
O SAPO TEK acompanhou todas as novidades durante a conferência, em direto. A última atualização foi feita às 18:50 com todas as informações do evento.
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