A fase principal do leilão do 5G, que definirá a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, avançou para o seu 72º dia. Nas seis rondas de hoje, as licitações atingiram os 288,569 milhões de euros, numa subida de 984 mil euros face ao dia anterior.
A totalidade do leilão soma já mais de 372 milhões de euros, ultrapassando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões e superando o encaixe gerado pelo leilão do 4G em 2011.
Recorde-se que o leilão de 4G decorreu em 9 rondas, concentradas em apenas 3 dias, com o estado a encaixar 372 milhões de euros. A Vodafone foi quem mais pagou por espectro de 4G, desembolsando 146 milhões de euros, enquanto a Optimus e a TMN pagaram 113 milhões cada uma.
Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom é possível verificar que o interesse das operadoras se mantém centrado na faixa dos 3,6 GHz, onde hoje há subidas nas propostas relativas a 19 dos 40 lotes disponíveis. Contata-se também que a maioria dos lotes desta faixa já valem mais de 4 milhões de euros.
Em relação ao preço de reserva, há uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar no máximo os 238%, ultrapassando a valorização registada no caso dos dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz. Até agora, a única faixa que mais valorizou ao longo do processo foi a dos 2,1 GHz, cujo preço subiu mais de 400% face ao valor de reserva.
À medida que o leilão se prolonga e o "braço de ferro" entre operadoras e Anacom se mantém, em particular após a proposta de alteração do regulamento do processo que foi recebida negativamente tanto pela Altice Portugal, como a NOS e a Vodafone, o lançamento de serviços de 5G em Portugal apresenta-se como uma possibilidade cada vez mais distante.
Em relação à Europa, o mais recente relatório do Observatório Europeu para o 5G, Portugal continua a fazer parte da lista dos países onde a implementação das redes móveis de quinta geração está mais atrasada, na qual se incluem também a Lituânia e Malta.
Ainda hoje, um novo estudo da Boston Consulting Group (BCG) deu a conhecer que o investimento na implementação de redes móveis de quinta geração em Portugal deverá ascender 2,3 mil milhões de euros até 2027.
O 5G "vai criar um conjunto de novas oportunidades que antes eram impraticáveis e é isso que vai potenciar a criação de emprego e de novos modelos de negócio", indicou José Ferreira sócio da BCG Portugal, à Lusa. Em termos de criação de empregos em Portugal, as previsões, segundo um estudo da União Europeia de 2016, são de 127 mil.
"Há países que relativamente ao 5G estão mais avançados porque já terminaram os seus leilões e os players já estão a fazer a implementação das redes, coisa que em Portugal não acontece", já que o leilão ainda decorre, acrescentou o responsável.
Na sua opinião, o leilão em Portugal "há de continuar porque o regulador" desenhou-o "de uma forma que potencia que demore bastante tempo", prosseguiu. No entanto, José Ferreira acredita que Portugal irá recuperar da desvantagem.
"Não vamos na frente por razões óbvias", mas "Portugal tem uma vantagem, além de sermos um país relativamente pequeno temos um ecossistema de telecomunicações bastante dinâmico e competitivo", afirmou.
"Tenho a forte convicção de que no momento em que seja possível vai haver uma partida mais acelerada no 5G" em Portugal, "temos uma infraestrutura bastante sólida", o mercado português "tem níveis de cobertura FTTH e de 4G acima da média", salientou.
Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h38)
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