A fase principal do leilão do 5G avançou para o seu 112º dia, com as licitações a atingirem os 325,154 milhões de euros nas sete rondas de hoje. O valor representa uma subida de 364 mil euros face ao dia anterior, espelhando a recente tendência de crescimento a “conta-gotas” das propostas. A soma de ambas as fases do leilão resulta agora num encaixe potencial de 409,505 milhões de euros.

De acordo com os dados disponibilizados pela Anacom, as atenções dos operadores voltaram a centrar-se na faixa dos 3,6 GHz, continuando a tendência registada ao longo dos últimos meses.

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Nesta faixa nativa do 5G verificam-se hoje subidas em relação às propostas de 7 dos 40 lotes disponíveis. Aqui, os lotes da categoria J valorizaram mais de 300% em relação ao preço de reserva, destacando-se, por exemplo, o caso do lote J07, que registou uma subida de 341%.

Recorde-se que, até agora, a faixa dos 2,1 GHz é a que mais aumentou de preço durante a fase principal, valorizando mais de 400% face ao preço de reserva. Os preços de licitação dos lotes das faixas dos 700 e 900 MHz mantém-se nos 19,2 e 6 milhões de euros desde o início da fase principal e na faixa que ficou livre após a conclusão do processo de migração da TDT um dos lotes ainda não recebeu ofertas.

Perante o prolongamento do processo, cuja duração bate recordes tanto em Portugal como na Europa, a Anacom aprovou uma alteração do regulamento, que prevê a possibilidade de se realizarem 12 rondas diárias de licitações. Porém, a decisão não foi bem recebida pelos operadores, com a Altice Portugal, a NOS e a Vodafone a reagirem negativamente à decisão.

Já durante uma recente comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito da audição da Anacom, João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora, garantiu que no dia em que o leilão do 5G terminar "vai ser público tudo aquilo que aconteceu ao longo" do processo e quem utilizou as regras para o prolongar.

Por outro lado, André de Aragão Azevedo, secretário de Estado para a Transição Digital, deu a conhecer que espera que seja "uma questão de semanas" até que o processo do leilão 5G esteja encerrado. Em entrevista à Lusa, o secretário de Estado admitiu que "naturalmente (...) há uma correlação direta entre a disponibilização do 5G e o acelerar" da agenda digital portuguesa. No entanto, "a agenda digital não se cinge ao tema do 5G", sublinhou.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h57)