O coronavírus continua a ser alvo de atenção de todas as empresas e Estado, na procura de soluções para colmatar o efeito da pandemia. Numa altura em que os cidadãos são chamados a permanecer em casa, as operadoras de telecomunicações sentem que têm um papel a fazer para ajudar. E nesse sentido, MEO, Vodafone e NOS uniram esforços para ajudar clientes e entidades críticas, assim como a proteção das operações em infraestruturas cruciais.

Nos últimos dias têm surgido sinais de preocupação em relação à resiliência das redes, com avisos da Comissão Europeia e do grupo de reguladores europeus, especialmente ligados a serviços de streaming como o Netflix e o YouTube, que já tomaram medidas para reduzir a qualidade do vídeo para standard, abandonando a emissão em HD.

Em Portugal as três empresas de telecomunicações já haviam avançado anteriormente com medidas contra o coronavírus, e decidiram oferecer 10 GB de acesso à internet aos seus clientes e a mensalidade dos canais de desporto (Sport TV, BTV e Eleven Sports). O movimento de concertação não é habitual num sector tão concorrencial como o das comunicações, mas mostra um propósito comum num momento em que a pandemia do Covid-19 afeta toda a sociedade.

Em comunicado conjunto, as principais operadoras listam os seis principais eixos de atuação:

  1. Manter a qualidade de serviço das redes de comunicações
  2. Assegurar a capacidade de rede necessária para funções críticas do Estado
  3. Promover a contenção da expansão do vírus
  4. Alertar para procedimentos antifraude
  5. Contribuir para o incentivo ao teletrabalho nas empresas
  6. Apoiar a comunidade

As empresas referem que as medidas estarão em vigor por tempo indeterminado, sendo revistas e ajustadas mediante as condições da evolução da pandemia. No que diz respeito à qualidade do serviço nas redes, as operadoras continuam a reforçar a capacidade das redes, orientando a capacidade para a geografia onde os utilizadores se concentrem, ou seja, mais nas suas casas do que nas empresas e escritórios.

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Apesar das redes estarem preparadas para responder a picos, numa utilização geral, as operadoras apelam à população para a utilização consciente e responsável da internet para prevenir congestionamentos e perturbações nos serviços de comunicações essenciais, tanto ao nível de voz como SMS, para que as pessoas possam trabalhar ou estudar à distância. Do lado das operadoras fica a promessa de terem as suas equipas prontas a trabalhar remotamente, mas preparadas para entrar no terreno quando for essencial e viável, para dar resposta à assistência técnica.

As empresas pretendem ainda assegurar que todas as funções críticas do Estado se mantêm ligadas online. A rede será reforçada sempre e onde for mais necessário, prometendo também manter um diálogo próximo com o Governo, em tempo real.

As operadoras reforçam também as medidas adotadas pelo Governo, nomeadamente a suspensão de toda a atividade comercial presencial; restringir os horários dos pontos de atendimento ao público que sejam impostos legalmente; promoção de uma maior racionalização da rede de lojas sujeitas a estarem abertas; rotação de recursos de atendimento nos espaços comerciais a funcionar; promoção e comunicação de informações e recomendações junto de colaboradores e clientes, com conteúdos programáticos da DGS e autoridades competentes sobre a boa prática na prevenção do contágio; divulgação junto de colaboradores e clientes das regras de boa utilização dos serviços prestados.

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Outra medida essencial das operadoras é o alerta de procedimentos antifraude, que até já circulam pela internet. As empresas apelam aos cidadãos para terem atenção a burlas ou mesmo assaltos por pessoas que se fazem passar por funcionários das empresas. Nenhuma operadora vai realizar visitas presenciais, pela sua própria iniciativa, sem que tenha sido requisitado pelos clientes e com agendamento prévio por via telefónica ou outras. Além disso, todos os técnicos estão munidos de cartão de identificação, exibido às pessoas nas suas eventuais visitas previamente marcadas.

Ainda no que diz respeito ao teletrabalho, as operadoras adotaram uma série de regras que agora partilham com outras empresas que se estão a adaptar a esta realidade. É aconselhado a adoção de sistemas de VPN para o acesso remoto dos trabalhadores aos respetivos sistemas das empresas. Os colaboradores devem ter equipamentos portáteis e de serviços de acesso à internet. Manter os firewalls ligados e outros sistemas de segurança devem ser uma prioridade. Por fim, devem enveredar por ferramentas de colaboração e de videoconferência como o Teams e Slack, por exemplo.

Outros conselhos práticos às empresas passam pela identificação de equipas e funções essenciais à continuidade do negócio. A implementação do teletrabalho total às equipas não essenciais ou em regime de rotatividade por equipas internas. Devem ainda proceder à medição de temperatura à entrada dos escritórios par despiste do coronavírus. Adotar regras de distanciamento de dois metros, redefinindo caso necessário a disposição dos postos de trabalho. As empresas deverão ainda reforçar a higienização das instalações que se mantenham abertas ao público.

Os trabalhadores devem manter as secretárias limpas e ter dispensadores com desinfetantes para as mãos em locais de passagem na circulação das pessoas. Mais rotinas de limpeza de puxadores, trincos das portas, corrimãos, botões de campainhas e elevadores, máquinas de venda de produtos e outras superfícies de contacto comum entre as pessoas. Por fim, as portas de acesso interiores devem manter-se abertas para reduzir o respetivo contacto físico.

Para além das operadoras de telecomunicações há o movimento tech4COVID19 com mais de 120 empresas e 600 pessoas de várias áreas distintas a trabalhar em conjunto para ajudar o país na luta contra o COVID-19. Entre os vários objetivos pretende-se, por exemplo, melhorar o rastreamento de redes de contágio, facilitar videochamadas entre médicos e doentes e criar uma rede de suporte a médicos e enfermeiros deslocados ou a pessoas que simplesmente necessitam de ajuda para ir às compras ou à farmácia.

O COVID-19 tem provocado um enorme impacto em todos os setores, numa altura em que o Governo promove a utilização de serviços online para evitar contacto durante esta pandemia. O setor tecnológico não tem "escapado" ao vírus, com muitas empresas tecnológicas portuguesas a evitarem viagens e reuniões e a optar pelo teletrabalho

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