Mais de 735 mil pessoas já fizeram o download da aplicação STAYAWAY COVID, um número que o INESC TEC partilhou hoje com o SAPO TEK e que mostra que, depois de um boom inicial, a adesão à app de rastreamento de contactos e que alerta para situações de elevado risco de contágio está a abrandar.
Primeiro a app chegou à loja Google Play para Android e só depois à App Store da Apple, para iPhone, e nos primeiros dias passou a estar no top dos downloads nas áreas de saúde das duas lojas de aplicações. Em breve chegará também à AppGallery, a loja da Huawei, alcançando um maior número potencial de utilizadores.
Com a ajuda das notícias e campanhas publicitárias, os números foram crescendo, ajudados pelas referências frequentes por parte dos membros do Governo, com o Primeiro Ministro António Costa a considerar um dever cívico a instalação da aplicação. Mas agora aumentam mais devagar e estão longe dos desejados 60% de cobertura da população que, segundo os peritos, garantiria o maior impacto positivo para ajudar a quebrar as cadeias de contágios, identificando possíveis contactos que possam ficar esquecidos ou não identificados num rastreamento manual.
15 códigos já partilhados na app STAYAWAY COVID
De acordo com dados partilhados pelo INESC TEC, até ao dia de ontem 15 utilizadores já tinham colocado na aplicação os códigos fornecidos pelas autoridades de saúde que indicam um teste positivo à COVID-19. Não há porém forma de perceber se mais utilizadores poderiam ter usado esta informação por terem diagnósticos positivos, porque a partilha do código é voluntária.
Também não se sabe com quantas pessoas estes 15 utilizadores estiveram em contacto de risco - uma proximidade inferior a 2 metros durante cerca de 15 minutos - nos últimos 14 dias, porque todo o processo é anónimo. No limite até podem não ter qualquer contacto registado no sistema, porque as pessoas de quem estiveram próximos não têm a aplicação instalada ou porque estiveram em confinamento.
O SAPO TEK já testou a aplicação desde o início, ainda na fase beta, e mantém a app instalada, mas até agora sempre com a mensagem de que não foram registados contactos de risco. Pelo menos de pessoas com a aplicação. ou com diagnósticos positivos partilhados, o que também não significa que não tenham existido outras possibilidades de contágio, pelo que é de evitar uma falsa sensação de segurança.
E se a mensagem mudar para um alerta de elevado risco? Esta é uma das perguntas que os leitores têm colocado e que também tentámos responder no artigo com 27 questões sobre a forma como funciona a app STAYAWAY COVID.
Quando a aplicação está instalada o telemóvel vai partilhando, por Bluetooth, identificadores aleatórios, oi tokens, que não revelam dados pessoais de identificação. Esses códigos são partilhados com um servidor que foi preparado para garantir a segurança da informação, e onde é feita a comparação desses tokens com os códigos recolhidos pelo telemóvel de uma pessoa que foi identificada como positiva à COVID.
No caso de ter estado próximo de uma pessoa infetada recebe um alerta na aplicação, sugerindo o isolamento e o contacto com alinha SNS 24. É esse contacto que depois dá início a todo o processo de verificação que pode culminar no teste à COVID-19, e, em caso positivo, à inserção também do código na aplicação.
Depois da recuperação, e com o regresso à vida normal, a aplicação precisa de ser reiniciada, e reinstalada, para voltar a ativar o processo de monitorização.
Google e Apple têm novo sistema que dispensa a instalação da app
Na sequência da parceria entre a Google e a Apple que permitiu a disponibilização das API para desenvolvimento das aplicações de rastreamento de contactos nos vários países, as empresas avançaram também com uma atualização ao seu sistema operativo para permitir estes alertas de forma simplificada, sempre em parceria com as autoridades de saúde, e sem necessidade de uma aplicação.
A atualização do iOS já começou a chegar aos iPhones e está a deixar vários utilizadores confusos. Francisco Maia, da equipa de desenvolvimento da app STAYAWAY COVID, explica ao SAPO TEK que esta atualização (e desenvolvimento) foi pensada para os países que não têm app, que não é o caso de Portugal.
Os utilizadores de iOS em Portugal têm também de instalar a aplicação para receber os alertas de contágio, porque isso implica a ligação à informação dos códigos partilhados. Podem porém ativar só as notificações do iOS 13.7, embora desta forma o processo fique sempre incompleto.
Útil no regresso à escola e ao local de trabalho, e nos transportes públicos
A aplicação STAYAWAY COVI já fazia parte das recomendações da Direção Geral do Ensino Superior na preparação do regresso às aulas, a par de máscaras, desinfeção dos espaços e testes. Hoje António Costa voltou a reforçar que a app é particularmente útil nas escolas para que rapidamente possa haver um alerta em caso de contágio.
O Primeiro Ministro apelou à instalação da app por alunos e professores, mas sublinhou também a importância em grandes empresas, como o caso das redações de jornais, onde há muitas pessoas a trabalhar em simultâneo no mesmo espaço, e lembrou ainda que a aplicação é da maior importância para quem é utilizador regular dos transportes públicos.
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