Com o estalar da guerra na Ucrânia, a Agência Espacial Europeia (ESA) “cortou” relações com a Rússia, suspendendo o envio do robot Rosalind Franklin para Marte e a cooperação com o país em missões lunares. Agora a ESA terá começado negociações preliminares com a SpaceX para colmatar o bloqueio no acesso a foguetões russos Soyuz. 

Em declarações à Reuters, Josef Aschbacher, diretor-geral da ESA, explica que existem algumas opções sobre a mesa. Além da SpaceX, o Japão e a Índia podem afirmar-se como alternativas válidas para transportar missões europeias para o Espaço. 

“Diria que a SpaceX é mais operacional do que as outras opções e é certamente uma das alternativas que estamos a considerar”, afirma o responsável

Segundo Josef Aschbacher, as negociações estão ainda numa fase muito inicial e têm em vista uma solução temporária. “Estamos a analisar a compatibilidade técnica, mas ainda não submetemos uma proposta comercial. Queremos ter a certeza de que esta é uma opção mesmo válida de modo a tomarmos uma decisão”, realça. 

Até agora a ESA tem dependido dos foguetões europeus Vega e Ariane 5 para lançamentos espaciais de pequenas e grandes dimensões, respetivamente. Por outro lado, os lançamentos espaciais de “calibre” médio eram levados a cabo por foguetões russos Soyuz. 

O lançamento do primeiro Vega-C este Verão e do primeiro Ariane 6 em 2023 representam o início de uma nova era para a exploração comercial europeia do Espaço, pela substituição dos anteriores foguetões por modelos mais potentes, baratos, competitivos e versáteis. Mesmo assim, Josef Aschbacher afirma que a probabilidade de a ESA precisar de opções alternativas para lançamentos é elevada.

Para o diretor-geral da ESA, o conflito na Ucrânia foi uma “chamada de atenção” para a dependência da Europa relativamente à Rússia, não só em áreas como o fornecimento de gás natural, mas também na exploração do Espaço.

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O responsável minimiza também as intenções russas de abandonar tão prontamente a Estação Espacial Internacional. “A realidade é que, a nível operacional, o trabalho na estação continua, até de modo quase nominal.(...) [Na ISS] dependemos uns dos outros , quer queiram quer não, não temos muita escolha”.  

Recorde-se que a saída russa da ISS pode ocorrer mais tarde do que anunciado. No mês passado, um alto oficial da NASA confirmou que a agência espacial norte-americana recebeu uma clarificação por parte da Roscosmos quando à data de saída. De acordo com a homóloga russa, os cosmonautas vão manter-se na ISS até que a futura estação espacial da Rússia, que tomará o nome ROSS, esteja operacional.

Já numa entrevista publicada pela Roscosmos, Vladimir Solovyov, diretor de voo do segmento russo da ISS, deu a conhecer que se esperava que a ROSS estivesse em órbita e operacional em 2028.

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