O ano que agora terminou foi memorável para o universo das startups e confirmou que o capital está aí para apoiar projetos com elevado potencial de crescimento, que possam rapidamente transformar-se em unicórnios. Nesta elite das startups, onde estão as empresas que valem mais de mil milhões de dólares, os números também impressionam, porque nunca existiram tantos e de ascensão tão rápida como hoje. Mas vamos aos números.
O relatório State of Venture da CB Insights, relativo a 2021, mostra que no último ano o investimento em startups mais do que duplicou (cresceu 111%) em todo o mundo. Quantificando, no ano passado foram investidos em startups 621 mil milhões de dólares, relativos a 34.647 operações.
Na Europa ficaram 93,3 mil milhões de dólares, o que fez da região a terceira a nível global - depois dos Estados Unidos e da Ásia - no volume de investimento captado por startups, representativo de 7.051 operações. Claro que, os números não refletem a verdadeira realidade já que, tal como acontece em Portugal, dezenas ou centenas de startups que mantêm o foco das operações no velho continente, ou pelo menos uma parte importante das operações, escolheram os Estados Unidos para fixar sede, pelo que o investimento que captam é alocado a essa região. A Sword Health, do setor da saúde, que fez notícia já quase no final do ano por atingir o estatututo de unicórnio, é um exemplo. Há vários outros. Fazem-no para estar mais perto dos potenciais clientes, mas sobretudo do capital, como vários interlocutores deste mercado têm notado.
Entre as maiores operações de investimento do ano, destacadas no relatório da CB Insights, está por exemplo a da Anchorage, a primeira empresa cripto-nativa autorizada pelo regulador norte-americano a operar como um banco. A operação é liderada pelo português Diogo Mónica, que também é co-fundador da startup, e no final de 2021 cumpriu com sucesso uma ronda de financiamento de 350 milhões de dólares.
Verifica-se também que, no último ano, o número de unicórnios cresceu 69%, para um número recorde de 959. O mais valioso é a ByteDance, dona do TikTok, que fechou 2021 a valer qualquer coisa como 140 mil milhões de dólares. A seguir está a SpaceX, a valer 100,3 mil milhões. Ambas integram o ainda mais exclusivo clube das empresas com valorizações acima dos 10 mil milhões de dólares. No final do ano, eram 44 nessa posição.
Mas a concorrência a quem está no topo é cada vez mais forte. Só nos últimos três meses de 2021 surgiram 131 novos unicórnios e esse nem foi o período do ano passado em que mais empresas conseguiram vencer a barreira dos mil milhões. Esse recorde deu-se no segundo trimestre, altura em que nasceram 142 novos unicórnios.
Os dados também mostram que no ano passado, e pela primeira vez na história, realizaram-se mais de mil operações de investimento em startups acima dos 100 milhões de dólares. Foram na verdade 1.556.
Por áreas, a das fintech foi uma das que mais cresceu na capacidade de captar investimento. O volume investido nas empresas deste sector aumentou 169%, para um total de 132 mil milhões de dólares, o que significa que mais de um quinto do investimento privado total em startups foi no ano passado para empresas do sector financeiro. Num sector tão dinâmico não é de estranhar que os 200 milhões de euros angariados pela Feedzai em março, um dos poucos unicórnios de base nacional que mantém a sede em Portugal, nem tenha espaço nas maiores operações do ano.
Em Portugal as contas do ano também já foram feitas. Em 2021 as startups portuguesas angariaram 180 milhões de euros em financiamento, num crescimento de 488,28% face ao registado em 2020, quando tinham apenas conseguido cativar 30 milhões de euros. O número de exits também cresceu, 17,6%, para um total de 125, de acordo com os dados apurados pela BGI e EIT, que também elegeram as 25 startups nacionais mais promissoras do ano. Os top 5 da tabela ficaram Casafari, Forall Phones, AirCourts, Utrust e Advertio.
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