A fase principal do leilão do 5G, que definirá a atribuição de direitos de utilização de frequências nas faixas dos 700 MHz, 900 MHz, 2,1 GHz, 2,6 GHz e 3,6 GHz, avançou hoje para o seu 99º dia. Nas sete rondas de hoje, as licitações atingiram os 318,754 milhões de euros.

O valor representa um aumento de 1,285 milhões de euros em relação ao dia anterior. A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, resulta num encaixe potencial que ultrapassa os 403 milhões de euros, superando o preço de reserva fixado pela Anacom nos 237,9 milhões de euros, assim como o encaixe de 372 milhões de euros gerado pelo leilão do 4G em 2011.

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Através dos dados disponibilizados pela Anacom é possível verificar que a faixa dos 3,6 GHz, onde a vasta maioria dos lotes vale já mais de 5 milhões de euros, volta a ser a única onde se registam mudanças.

Hoje há subidas em relação a 8 dos 40 lotes disponíveis nesta faixa nativa do 5G. Constata-se também uma dinâmica de crescimento que leva a aumentos a rondar no máximo os 325% em relação ao preço de reserva. até agora, a faixa dos 2,1 GHz, que não regista mudanças desde o 7º dia de licitações, é a que mais aumentou de preço, valorizando mais de 400%.

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Recorde-se que, no início desta semana, a Anacom confirmou que aprovou as mudanças no regulamento do leilão, em seguimento da proposta de alteração das regras do processo feita em abril. As alterações vão estar em consulta pública durante 5 dias, contados a partir da data de publicação em Diário da República.

Anteriormente, os operadores tinham criticado a Anacom pela proposta de mudança de regras a meio do procedimento do leilão e a nova decisão está também a gerar reações negativas. Ontem, a Altice Portugal redobrou críticas à atuação do regulador, apontando impactos negativos do atraso e da "decisão unilateral" de mudar as regras do leilão em curso.

"A Altice Portugal lamenta que hoje, quase 100 dias decorridos daquele que é, seguramente, o mais lento, longo e atrasado leilão para o 5G na Europa, o Regulador venha a público queixar-se das suas próprias decisões e admitir o atraso do País que só à sua atuação pode ser atribuído", sublinhou em comunicado.

a NOS afirmou que “é lamentável ver o único responsável pelo atraso do país no 5G, tentar atirar para outros responsabilidades que são exclusivamente suas". "Quando a incompetência e a negligência grosseira parecem ter atingido o seu limite, eis que mais uma vez o regulador se consegue superar", defendeu, salientando não ser "surpreendente". Aliás, "a única surpresa é ninguém questionar o seu lugar e não o responsabilizar pelos danos incalculáveis causados aos portugueses", rematou.

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Em linha com a Altice e a NOS, a Vodafone reagiu à decisão apontando erros, "amadorismo" e "ligeireza" ao regulador. Em declarações ao SAPO TEK, a operadora diz que "um leilão desta importância para as empresas que nele participam, e que suportam uma tecnologia crítica para o País, não pode ser vista como uma novela onde, de quando em quando, o realizador decide mudar o guião original por não lhe agradar o desenrolar da história", que é o que defende que a Anacom está a fazer.

Nota de redação: A notícia foi atualizada com mais informação. (Última atualização 18h55)