Quase a chegar aos 110 dias, a fase principal do leilão do 5G continua. Nas sete rondas do 109º dia, as propostas alcançaram os 323,853 milhões de euros. O valor representa uma subida de 364 mil euros em relação ao dia anterior. A totalidade do leilão, que inclui a fase reservada a novos entrantes, resulta agora num valor de 408,204 milhões de euros.

Com a entrada da fase principal nos 100 dias, as licitações dos operadores parecem ter perdido fulgor, tendo atingindo um mínimo histórico no 102º dia, com o valor mais fraco alguma vez registado ao longo do processo: 357 mil euros. Desde então, regista-se um crescimento “vagaroso” das propostas, não chegando a ultrapassar os 400 mil euros.

Através dos mais recentes dados disponibilizados pela Anacom é possível verificar apenas subidas em relação às propostas de 14 dos 40 lotes disponíveis na faixa dos 3,6 GHz, onde o interesse dos operadores tem estado centrado ao longo dos últimos meses.

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Nesta faixa nativa do 5G, os lotes da categoria J valorizaram mais de 300% em relação ao preço de reserva, ultrapassando a valorização dos dois primeiros lotes da faixa dos 2,6 GHz, que estão “parados” desde o 23º e 22º dia, respetivamente.

O “braço de ferro” entre Anacom e operadores continua, depois da Altice PortugalNOS e Vodafone terem reagido negativamente à decisão de alteração do regulamento da entidade reguladora, que aprovou a possibilidade de se realizarem 12 rondas diárias de licitações.

A 16 de junho, na comissão parlamentar de Economia, Inovação, Obras Públicas e Habitação, no âmbito da audição da Anacom, João Cadete de Matos, presidente da entidade reguladora, garantiu que no dia em que o leilão do 5G terminar "vai ser público tudo aquilo que aconteceu ao longo" do processo e quem utilizou as regras para o prolongar.

"Quem foi responsável e está a ser responsável pelo tempo de decurso do leilão e quem utiliza as regras que foram fixadas pelo leilão para procurar que ele termine mais rapidamente e quem utiliza essas regras para o prolongar no tempo", afirmou o presidente da entidade reguladora, salientando que "é possível desde já" olhar para a informação que é pública e comentar o desenvolvimento do processo.

"Verificamos que ao fim de alguns dias, 10, 20, no máximo 30 dias, as principais faixas que estavam em disputa no leilão, além de uma, a 3,6 GHz, (...) atingiram preços bastante mais elevados comparativamente ao valor da reserva base e têm-se mantido estáveis", indicou. Isto significa que o leilão "já poderia ter terminado não fosse o facto" da faixa 3,6 GHz apresentar uma subida a "um ritmo muito lento", referiu, apontando que o leilão prevê incrementos entre 1% e 20% e "há quem tenha optado esmagadoramente por fazer licitações de 1%".