Dezasseis escolas britânicas em Southwark, na zona de Londres, vão juntar-se na missão de convencer pais e alunos a deixar de lado os smartphones, pelo menos, até ao 10º ano. Todas as escolas envolvidas no compromisso já têm regras apertadas para a utilização de dispositivos eletrónicos, mas pretendem reforçá-las.

O comunicado divulgado pelos responsáveis das 16 escolas, citado pela BBC, indica que a iniciativa avança depois dos responsáveis das escolas testemunharem o impacto negativo dos smartphones e das redes sociais” nas suas instituições.

Os responsáveis querem agora pôr em prática um conjunto de novas medidas, que vão desde sanções mais duras para quem é apanhado a usar smartphone, até ações de aconselhamento aos pais na compra dos equipamentos mais adequados para os filhos. Tudo isto, garantem os diretores das escolas, em nome da saúde mental dos jovens, prevenção do bullying e redução do tempo de exposição aos ecrãs.

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Cerca de 13 mil alunos devem ser impactados pelas novas medidas que, em algumas escolas, vão entrar em vigor já no próximo mês de setembro. Noutras serão implementadas no decurso do ano letivo.

A iniciativa não é a primeira do género no Reino Unido, os responsáveis das escolas de outra zona de Londres - St Albans, Hertfordshire - já tinham feito um apelo aos pais para só permitirem o acesso dos filhos a smartphones a partir dos 14 anos. Muitas escolas já proibiram o uso deste tipo de equipamentos.

"As escolas secundárias de Southwark querem que as crianças estejam seguras, bem e felizes. Foram feitos muitos pedidos de medidas mais vigorosas às empresas de 'big tech', mas a ação é lamentavelmente lenta e isso deixa as nossas crianças em risco", sublinhou a responsável de uma das escolas.

Na base da decisão do agrupamento estarão alguns dados revelados nos últimos meses, como as conclusões de um estudo de um organismo do ministério da educação britânico, onde se concluiu que o tempo passado em frente a ecrãs por crianças e jovens aumentou 52%, entre 2020 e 2022. A mesma pesquisa verificou que um quarto dos jovens usam o smartphone de forma aditiva.